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Como aprender a investir mesmo durante a crise

Como aprender a investir mesmo durante a crise

Pode parecer loucura, por estarmos em um período instável. Mas saber aplicar o dinheiro de maneira correta pode proporcionar ótimos resultados

O primeiro passo é ter dinheiro, claro, e isso só será possível para a maioria das pessoas com uma verdadeira mudança na forma com que trata o dinheiro.

Para enfrentar as altas nos preços e as incertezas do mercado, é preciso, primeiramente, rever o orçamento financeiro com uma mudança de priorização, inserindo os projetos de vida antes das despesas. Sempre fomos condicionados a um modelo de orçamento que prioriza o pagamento de despesas, mas o resultado alcançado ao longo dos últimos anos sempre foi o de desequilíbrio financeiro.

Assim, peço que reflita sobre os verdadeiros desejos e sonhos; sabendo disso, busque saber quanto vai custar e em quanto tempo pretende realizar. Com essas informações em mãos, saberá o quanto irá investir e em que tipo de aplicação. Sempre alerto que dinheiro sem objetivo é um problema, pois pode se tornar alvo de impulso de consumo ou tornar a pessoa avarenta.

Muitas vezes, para ser possível investir, será necessário dar um passo para trás, repensando o padrão de vida. Mas, lembre-se que toda mudança mexe com os hábitos, o que acaba ocasionando desconforto. No entanto, somente fazendo diferente é que alcançaremos resultados diferentes.

A partir do momento que se guarda dinheiro, o primeiro passo para aprender como fazer seu dinheiro render na crise é ver que o maior inimigo de suas finanças será a inflação, que pode engolir parte dos seus rendimentos. Por outro lado, a favor do investidor, temos os juros que estão altos.

Pode causar estranhamento afirmar que os juros altos são um aliado, principalmente por ser comum às pessoas associarem os juros a algo negativo, mas isso apenas para quem tem dívidas. Para os investidores, a situação se inverte e tem que ser aproveitada.

O caminho é buscar investimentos que sejam atrelados à Taxa de Juro Selic. A poupança nesse momento não se mostra interessante, por possuir gatilhos que limitam o atrelamento de seu rendimento a essa taxa. Por isso, ela só deve ser pensada para investimentos de curtíssimos prazos, até seis meses, sendo que terá a disponibilidade de retirar sem pagar taxas, imposto de renda ou perder rendimento.

Outro alerta que faço é que, por mais que os números mostrem um tipo de investimento como vantajoso, vários fatores devem ser avaliados antes dessa decisão, dentre os quais estão o comportamento do mercado, que pode mudar de rumo com o decorrer dos meses e, principalmente, os sonhos e objetivos que se quer atingir com o dinheiro investido.

Aplicar apenas na linha que aparentemente tem a maior rentabilidade pode ser uma armadilha, levando até mesmo a prejuízos. Além disto, o dinheiro poupado deverá ser dividido em investimentos direcionados aos objetivos e sonhos de curto, médio e longo prazos.

Sonhos de curto prazo são aqueles que se pretende realizar em até um ano. Para esses, é interessante aplicar em CDB e Títulos do Tesouro. Já os sonhos de médio prazo abrangem um período de um a dez anos, ou seja, aqueles que não ocorrem imediatamente, mas conseguimos visualizar a realização em um período não tão longo.

Para estes, são interessantes linhas que tenham prazos pré-estabelecidos no período do sonho a ser realizado. Dentre as opções recomendo CDB, Fundo de Investimentos, Título do Tesouro e ouro. Neste caso, o melhor é pesquisar em pelo menos três instituições financeiras de grande porte.

Sonhos de longo prazo são aqueles que a maioria das pessoas acredita que não irá realizar, por representar algo muito distante. O tempo destes sonhos é acima de dez anos, o que faz com que muitos desanimem antes mesmo de começar. Mas afirmo: seja qual for o seu sonho, ele é factível de ser realizado, mas é preciso perseverança e início imediato. Para estes, recomendo investir em Tesouro Direto, previdência privada e ações. No caso de investimento em ações, o melhor é investir no máximo 20% do dinheiro total com essa finalidade, isto porque existe grande risco, por depender do desempenho da empresa.

É importante manter a calma e não tomar decisões por impulso. Também recomendo que se  tenha uma reserva financeira para os imprevistos (para este, a poupança também é recomendada), pois, geralmente, problemas acabam desviando o dinheiro dos sonhos de médio e longo prazos.

Por fim, por mais que as informações direcionem para mudanças de aplicações, uma das premissas da educação financeira é manter a calma e ter objetivos, o que fará com que a realização de seus objetivos se torne mais simples.

***

Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e da Editora DSOP, autor do best seller Terapia Financeira e dos lançamentos Sabedoria Financeira e Papo Empreendedor.

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