O Índice de Preços ao Consumidor para famílias com até 2,5 salários mínimos (IPC-C1), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) subiu 0,56% em dezembro contra 0,65% em novembro do ano passado. Assim, a inflação acumulada do ano passado para famílias de baixa renda ficou em 4,98%, abaixo do índice geral do Brasil (IPC-S), que encerrou 2013 com 5,63%.
No site da FGV, o economista André Braz explicou o resultado. “Essa diferença entre os dois índices se construiu através da influência de itens que desaceleraram no ano: a tarifa elétrica, preço da gasolina e ausência de reajustes na tarifa de ônibus urbano”, disse.
Isso porque a conta de energia elétrica para residências caiu mais de 16% no ano passado. Este gasto tem peso maior para famílias de baixa renda. O preço da gasolina pelo contrário subiu, mas este tem uma influência menor para quem ganha até 2,5 salários, que em sua maioria, anda de ônibus. E o ônibus quase não sofreu reajustes, o que representaria maior peso dentro do IPC-C1.
Para janeiro, o economista estima que o resultado do IPC-C1 seja parecido com o de dezembro (0,56%), captando o reajuste das mensalidades escolares e o aumento nos gastos com alimentação in natura – porque este segmento de produto sobe de preço nessa época. Para o mês seguinte, o que pode onerar o bolso do cidadão de baixa renda é um eventual ajuste nas tarifas de ônibus, já que os prefeitos de algumas cidades já anunciaram que irão fazê-lo.
Segundo a FGV, sete das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação:
– Habitação (0,77% para 0,54%);
– Alimentação (0,80% para 0,71%);
– Despesas Diversas (1,26% para 0,48%);
– Comunicação (0,77% para -0,02%);
– Vestuário (0,78% para 0,52%);
– Saúde e Cuidados Pessoais (0,43% para 0,37%); e
– Educação, Leitura e Recreação (0,51% para 0,45%).
Nestes grupos, os destaques partiram dos itens: tarifa de eletricidade residencial (1,87% para 0,34%), laticínios (-1,75% para -4,14%), cigarros (1,93% para 0,68%), tarifa de telefonia móvel (1,42% para 0,26%), roupas (0,97% para 0,61%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,68% para 0,26%) e passagem aérea (21,82% para -10,73%), respectivamente. Em contrapartida, apresentou acréscimo em sua taxa de variação o grupo Transportes (-0,03% para 0,67%). Nesta classe de despesa, a principal influência partiu do item gasolina, cuja taxa passou de -0,20% para 4,04%.
Confira os gráficos:
Fonte: IBRE/FGV