Desde que foi palco do mais devastador acidente nuclear da história, em 1986, a cidade de Chernobil, no norte da Ucrânia, tem até hoje boa parte de seu território totalmente abandonada.
A situação é especialmente assustadora em Pripyat, uma pequena cidade satélite construída nos anos 70 a poucos quilômetros de Chernobil, no entorno da usina nuclear, para abrigar os funcionários, suas famílias e outros serviços ligados à operação.
Evacuada logo após a explosão, Pripyat segue abandonada até hoje e é palco de cenários que parecem tirados de um filme de terror, com casas, escolas e até parque de diversões em destroços abandonados.
Chernobil segue hoje uma vida normal e mesmo Pripyat e a usina ainda recebem visitas de turistas, pesquisadores e os poucos funcionários que seguem monitorando a planta desativada. Mas o que fazer com uma área de onde todos querem fugir, onde ainda há níveis de radiação que para longos períodos de exposição pode ser danosa e solos que ainda serão estereis por décadas?
Energia solar, é claro! Empresas chinesas e alemãs estão entre as maiores interessadas em instalar seus paineis solares por lá, segundo a Bloomberg. Proponentes da Irlanda, Dinamarca, Áustria, Bulgária e Bielorrúsia e da própria Ucrânia são outras que também enviaram projetos ao país para usarem a área.
Juntos, seus projetos formariam um parque de geração com capacidade de 2 gigawatts. Para se ter uma ideia, é pouco menos da metade de toda a geração eólica do Brasil (4,8 GW em 2016), e o equivalente a meia Chernobyl. Com seus quatro reatores, a antiga usina gerava 4 GW ao sistema.
A ideia partiu do próprio governo da Ucrânia, que está oferecendo incentivos para transformar sua pequena área morta em parque solar. Isso não só geraria atividade econômica com uma indústria que exige pouca presença em campo, como também atrairia investimentos estrangeiros para uma economia combalida e colaboraria para reduzir a dependência energética do país, que resulta também em dependência política de seu maior fornecedor de gás, a Rússia.
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