Uma mensagem inocente, como se trocada com um grupo de amigos no Twitter. “Alguém continua usando o Snapchat? Ou sou apenas eu? Isso é tão triste.” Seria algo risível, se a autora dessa mensagem não tivesse mais de 24,5 milhões de seguidores na rede social e fosse vista como uma das grandes influenciadoras americanas.
Kylie Jenner deu uma grande chacoalhada nas ações do Snapchat com esse desabafo. Os papéis da companhia chegaram a cair 8% desde o 21, dia do famigerado tuíte, o que fez a empresa perder mais de US$ 1 bilhão do seu valor de mercado. Até o fechamento desta nota, as ações da companhia estavam avaliadas em US$ 17,56, bem próximo do seu valor no IPO, que foi de US$ 17.
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A via-crúcis do Snapchat tem muito a ver com a investida do Facebook no mercado por meio da ferramenta Stories do Instagram. Depois de tentar seduzir o fundador Evan Spiegel por uma aquisição, rechaçada prontamente, Zuckerberg criou uma exata cópia da proposta do Snapchat.
No último trimestre, no entanto, a rede social criada por Evan Spiegel deu um respiro. O crescimento de usuários no último trimestre de 2017 foi de 5% em relação ao número registrado de julho a setembro. A receita subiu 72% no período, a US$ 285,7 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior – acima das expectativas.
O prejuízo também agradou os investidores, que imaginavam um roubo maior: perda US$ 350 milhões.
Um bom salário
Se o Snapchat ainda precisa se consolidar como uma rede social rentável e perene, o mesmo não pode se dizer da fortuna de Evan Spiegel. Somente no ano passado, ele recebeu um lote não recorrente de ações de US$ 637 milhões.
Para completar, teve direito à módicos benefícios como US$ 1 milhão em prêmios de seguro-saúde e vida, além de US$ 500 mil para a sua segurança pessoal. Sua fortuna, de acordo com a Forbes, é estimada em US$ 3,8 bilhões
O empreendedor, no entanto, tem um salário simbólico. Dos US$ 500 mil que recebia todos os anos, aderiu ao salário de US$ 1 a cada 12 meses. Outros nomes como o próprio Zuckergerg e Larry Page, do Google, tomaram a mesma atitude anos atrás.
Mas é bom lembrar que essa remuneração multimilionária está atrelada ao resultado da companhia. Se as ações da companhia virarem pó, o mesmo acontece com a fortuna de Spiegel.