A Associação Brasileira de Telesserviços (ABT) divulgou nesta segunda (6) o chamado Manual de Protocolos de Proteção da Saúde do Trabalhador no setor de call center para enfrentar a Covid-10. Em linhas gerais, o documento é um conjunto de ações feito pelas empresas do setor, sendo que alguns pontos contam com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), de Brasília. Há, no entanto, pontos que podem ser alterados.
O documento foi proposto após protestos de funcionários e iniciativas isoladas de prefeitos e governadores pelo fechamento de call centers pelo Brasil. O objetivo do manual é promover a autorregulação de ações de proteção, evitando assim novos fechamentos de empresas e mantendo um serviço reconhecido pelo governo federal como sendo essencial.
Segundo John Anthony von Christian, presidente da ABT, o documento foi produzido a partir das opiniões dos representantes jurídicos, recursos humanos e segurança do trabalho das empresas, além de promotores do MPT, de Brasília, entre outros representantes do Poder Judiciário. Ele foi elaborado após duas semanas de discussões e, segundo o próprio Christian, ele ainda poderá sofrer mudanças conforme avança o aprendizado da ciência sobre o contágio, disseminação e outros comportamentos do vírus.
“Podemos dizer que ele foi produzido a 40 mãos. A primeira versão do documento foi elaborado há duas semanas e o Ministério Público do Trabalho pediu ajustes. Nós readequamos e entregamos hoje (6) o documento com as alterações pedidas. Há ainda pequenas adequações, mas penso que não deve alterar substancialmente a essência desse documento. É preciso destacar que a grande maioria das empresas já está cumprindo o que sugere o manual”, afirma Anthony von Christian.
Higienização
Uma das medidas sugeridas no manual é a lista de medidas de higienização que será adotada pelas 40 empresas da ABT e que, juntas, somam cerca de 400 mil funcionários.
O documenta sugere a higienização dos ambientes de trabalho, nas outras áreas comuns da empresa e também as chamadas superfícies de toque, ou seja, escadas, maçanetas, portas, elevadores, trincos de portas, entre outros. Além disso, a entidade e as empresas se comprometem a higienizar equipamentos de uso comum, caso de teclados e mouses.
Potes de álcool gel serão espalhados nas entradas e áreas comuns das empresas. Os banheiros terão o equipamento para a higiene pessoal, o que inclui sabonetes e papeis descartáveis.
As empresas também vão impedir que filhos ou parentes de funcionários acessem o interior das companhias
Proteção e férias
O manual também cita como serão executados os afastamento dos profissionais de call center.
Um exemplo é o grupo de pessoas com 60 anos ou mais. A lista inclui ainda gestantes, lactantes, aprendiz menor de idade e estagiários, pessoas com mobilidade reduzida ou outras pessoas com deficiência e portadores de doenças enquadradas como grupo de risco para a Covid-19 – caso de pessoas com doenças respiratórias crônicas e hipertensão.
O documento cita ainda que alguns grupos terão preferência no trabalho à distância. As empresas concordaram em favorecer o teletrabalho ou adotar medidas na organização do trabalho, como férias ou ajustes na jornada para mães com filhos de até 10 anos, durante a suspensão das atividades escolares. O outro exemplo é o grupo de pessoas que atendam familiares doentes ou em situação de vulnerabilidade a infecção pelo COVID-19.
A medida da ABT ainda sugeriu ainda as ações para home office. Veja a matéria completa no O Consumerista
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