Os brasileiros não têm muita facilidade para controlar suas despesas no cartão de crédito. Mesmo assim, seu uso está cada vez mais comum. Segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), entre os 35% dos consumidores que afirmam utilizar o meio de pagamento, 33% observaram crescimento no valor da fatura em maio.
Para 38% o valor ficou estável e 23% dos respondentes conseguiram reduzir o uso. Isso porque o crédito tem sido utilizado para despesas básicas, como compras de supermercado (65%), remédios e farmácia (52%) e roupas, calçados e acessórios (37%). Também são mencionados os gastos com combustível (35%) e gastos com bares e restaurantes (28%).
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O valor médio utilizado é de R$ 933. Mesmo assim, 30% dos entrevistados não sabe o quanto gastou no cartão no mês de maio.
O educador financeiro do portal ‘Meu Bolso Feliz’, José Vignoli, aconselha que, a cada pagamento no cartão, o consumidor avalie o quanto a prestação comprometerá a sua renda. “O cartão é um excelente instrumento de pagamento, pois ao contrário do crediário e do empréstimo, ele só cobra juros em casos de não pagamento ou pagamento mínimo da fatura. Isso requer organização do consumidor para que ele tenha a garantia de que não haverá atrasos ou uso do rotativo, uma vez que os juros superam os 300% ao ano quando não há quitação em dia”, alerta.
Busca por controle
Segundo a pesquisa, 34% dos brasileiros estão com as contas no vermelho e não conseguem pagar seus compromissos com sua renda atual. Outros 42% admitem estar no zero a zero, sem sobra e nem falta de dinheiro. Em minoria, 16% dos consumidores afirmam contar com sobra de recursos para consumir ou fazer investimentos.
Por esse quadro, a maioria dos entrevistados (57%) pretende cortar gastos no mês de julho. Excluindo os itens de supermercado, os produtos que os consumidores planejam adquirir ao longo do mês de julho são em sua maioria remédios (23%), roupas, calçados e acessórios (20%), recarga para celular pré-pago (15%) e perfumes e cosméticos (11%).
A redução da renda, o desemprego ou o endividamento foram as razões apontadas por 37% dos que vão reduzir o consumo. Esses entrevistados destacam, também, o fato de estarem sempre tentando economizar (25%), além da percepção de que os preços estão elevados (24%) e da intenção de fazer uma reserva financeira (8%). Apenas 4,8% dos entrevistados pretendem diminuir os gastos para poder viajar, mesmo com as férias escolares de julho em evidência.