Sair de casa cedo, trabalhar muito, voltar tarde. Essa é a realidade de muitos brasileiros, especialmente nas grandes cidades. Assim, é muito comum um descuido com a alimentação. Se isso fosse momentâneo, não haveria problemas. No entanto, parece que esta é uma realidade constante. E isso pode ser ruim.
O jornal El Pais publicou uma matéria que tratava do tema. Segundo o texto, um estudo realizado pela EAE Business School, que analisou os hábitos de consumo nesse setor em 2014, mostrou que apenas Estados Unidos (290,2 bilhões de reais), Japão (162,3 bilhões de reais) e China (130,2 bilhões de reais) estão à frente do Brasil (53,7 bilhões de reais) em gastos com fast food.
Para Juliana Morimoto, professora de nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o aumento de alimentação fora do lar é preocupante, porque mostra redução na qualidade da alimentação. ?Ao analisar dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) 2008-2009, verificou-se que quem consome alimentos fora de casa tem ingestões maiores de gordura total, gordura saturada e açúcares (abundantes no fast food) se comparado aos que optam por uma alimentação mais ?caseira?, comenta a especialista.
É importante salientar que consumo fora do domicílio não é sinônimo de fast food: a alimentação pode ser feita também em restaurantes (self-service e à la carte) e em espaços empresariais. ?Em uma era em que a rotina permite cada vez menos tempo para assuntos que não sejam o trabalho, os fast foods se mostram como uma infeliz alternativa. Resta saber até quando a saúde vai se deixar vencer pela pressa?, conclui Juliana.