Um estudo chamado Unisys Security Index 2018, produzido pela empresa de nome homônimo, verificou as percepções dos brasileiros sobre a Lei Geral de Proteção de Dados. Uma das constatações é que a maioria dos brasileiros acredita que a lei “não vai pegar”, pois desconfiam da eficácia delas – um engano preocupante, segundo a Unisys.
Segundo a pesquisa, 58% dos entrevistados não estão confiantes de que a lei trará os avanços necessários para proteger os dados mantidos por organizações. O levantamento aponta que apenas 9% dos pesquisados acreditam na eficácia da lei.
A LGPD, sancionada em agosto de 2018, obriga organizações públicas e privadas a cumprirem padrões de segurança para impedir o roubo, vazamento e venda não autorizada de dados pessoais. Apesar dessas precauções obrigatórias, a pesquisa da Unisys indica que a maioria dos consumidores teme que a lei não os beneficiará.
Roubo e fraudes
O estudo também verificou a importância sobre temas relacionados a cyber segurança. Segundo o estudo, os brasileiros demonstraram alto nível de preocupação com roubo de identidade e fraudes bancárias, com 76% e 75% dos entrevistados apontando estar muito ou extremamente preocupado com esses temas, respectivamente. A maioria dos entrevistados (67%) também relatou séria preocupação com segurança pessoal e ataques de hackers e vírus cibernéticos.
“O índice de 2018 mostra que os brasileiros continuam seriamente preocupados com a segurança”, afirma Eduardo Almeida, Presidente da Unisys para a América Latina. “Neste ano, vimos o surgimento da Lei Geral de Proteção de Dados no Brasil, um assunto de grande preocupação para os brasileiros, que não se mostraram confiantes com a eficácia da lei. Esse e outros resultados da pesquisa reforçam a teses de que as empresas devem investir continuamente em soluções de segurança para proteger os dados dos consumidores”, completa o executivo.
O Unisys Security Index 2018 entrevistou 13 mil consumidores entre 19 de agosto e 3 de setembro, em 13 países ao redor do mundo, incluindo mais de mil brasileiros. O estudo global mede o comportamento dos consumidores em uma ampla gama de questões relacionadas à segurança.
Veja outros destaques da pesquisa:
- 81% dos entrevistados estão receosos que ataques hackers possam afetar o resultado das eleições brasileiras, sendo que 43% se mostraram muito ou extremamente preocupados com a questão.
- A maioria dos brasileiros apoia o uso de dispositivos de IoT para alertas de emergência (91%), rastreamento de bagagem (88%), monitoramento da saúde (83%) e pagamentos com cartões de crédito (60%).
- 53% dos brasileiros são a favor do uso de tecnologia para ajudar as agências de segurança a resolver crimes com mais rapidez e eficiência.
- 73% dos brasileiros concordam com a criação de um registro único de identificação usando um ou mais sinais biométricos.
- 97% dos brasileiros estão preocupados com o uso indevido de redes sociais para fins criminosos.
- Grandes porcentagens de entrevistados brasileiros estão seriamente preocupadas com a segurança das transações online (64%), segurança nacional (51%), capacidade de cumprir encargos financeiros (50%) e desastres e epidemias (48%).
- No Brasil, o índice total de preocupação com segurança é de 185 pontos em uma escala de 0 a 300, considerada uma pontuação alta. O resultado deste ano está apenas quatro pontos abaixo do índice de 2017. No mesmo período, como comparativo, os índices para a Colômbia e Argentina aumentaram 47 e 23 pontos, respectivamente.
- Globalmente, o índice se mantém em 173 pontos, o mesmo nível reportado em 2017. Em comparação com o ano anterior, o maior aumento (+4 pontos) está relacionado a preocupações com a Segurança na Internet, compensado por uma queda de cinco pontos em relação à segurança nacional.
- No Brasil, a comparação ano a ano indica que os entrevistados estão mais preocupados em perder sua identidade ou informações financeiras do que com ameaça de guerras, terrorismo ou desastres naturais.
- O estudo também revela que os níveis de preocupação com segurança entre brasileiros são maiores entre mulheres e adultos (entre 25 e 34 anos) em comparação com homens e pessoas acima de 55 anos. Além disso, aqueles com baixa renda geralmente estão mais preocupados com segurança do que pessoas de classes mais altas.