O que faz com que um consumidor seja consciente? O assunto não está relacionado apenas a educação financeira. O modo como os indivíduos se relacionam com o mundo – com o meio ambiente, com sua alimentação – também retrata essa consciência. Para entender como o brasileiro está nesse tema, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) possuem o Indicador de Consumo Consciente (ICC).
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Em sua terceira edição, ele atingiu 72,1%, permanecendo estável em relação a 2016, quando estava em 72,7%. O ICC pode variar de 0% a 100%: quanto mais próximo de 100% for o índice, maior é o nível de consumo consciente.
Em uma escala de 1 a 10, os entrevistados dão nota média de 8,7 para a importância do tema consumo consciente, mas apenas 28% dos brasileiros podem sem considerados consumidores conscientes de fato – sem diferença estatística em relação ao ano passado. O levantamento destaca que as opiniões dos entrevistados nem sempre correspondem às atitudes tomadas por eles mesmos em relação ao consumo sustentável: a nota média atribuída à autopercepção de ser um consumidor consciente é 7,6.
Em evolução
O indicador segmenta os consumidores em três categorias, de acordo com a intensidade da prática dos comportamentos considerados adequados. Os ‘consumidores conscientes’ apresentam frequência de atitudes corretas acima de 80%. ‘Consumidores em transição’ tem frequência que varia entre 60% e 80% de atitudes adequadas.
Já os ‘consumidores nada ou pouco conscientes’ tem uma incidência abaixo de 60%. Grande parte dos entrevistados são consumidores ainda em transição (56%) – com aumento de 8 pontos percentuais em relação a 2016 – mas a maioria considera que a adoção de hábitos e práticas de consumo mais conscientes, como a economia de água e energia, redução do consumo e maior reaproveitamento das coisas, sejam importantes (92%).
“O consumidor brasileiro ainda possui desempenho abaixo do que é considerado ideal”, analisa a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Mudança de percepção
Em 2016, o principal benefício percebido pelos entrevistados era o de economizar e fazer o dinheiro render mais (37%). Em 2017, 25% consideram como a principal vantagem da prática do consumo consciente a satisfação por fazer algo positivo para o futuro das próximas gerações e 23% acreditam que é economizar e fazer o dinheiro render mais. Além disso, 21% acreditam que é a sensação de estar fazendo o que é certo.