Um estudo produzido pela Truecaller, um aplicativo gratuito que permite detectar e bloquear números indesejados, afirma que o Brasil tem a maior média de spam telefônico da América Latina. De acordo com o levantamento, a média brasileira foi de 37,5 ligações por mês. Além disso, a média de contatos dessa natureza teve um aumento de 81% na comparação com 2017.
A segunda maior média, segundo o estudo, pertence ao Chile com 21,9 ligações (25% de aumento). Em terceiro aparece o México com 20,9 (71% de crescimento), Peru com 19,8 (62%) e Costa Rica com 18,5 (330%) – maior elevação, superada apenas pela Guiana (380%), de 1 chamada ao mês para 4,8.
Queda
Dentre os 10 países analisados pela pesquisa, a única queda foi registrada no Porto Rico, que passou de 7,9 chamadas por usuário para 5,9 (-25%).
De acordo com Nick Larsson, responsável pela Área de Novos Negócios e Crescimento da Truecaller, o aumento teria ligação com o aumento de uso de gravações. “Em alguns casos não é nem mesmo uma pessoa que fala, mas sim uma gravação que lhe oferece diretamente serviços de telefonia móvel, serviços financeiros ou outro tipo de produto. Por isso oferecemos uma alternativa gratuita para bloquear esse problema.”
Do outro lado da linha
O estudo também analisou os setores da economia que registraram as maiores ligações do tipo spam. A análise feita nos cinco primeiros países do ranking desenvolvidos pela Truecaller apontou que as empresas de telefonia, juntamente com as de serviços financeiros e cobranças, são as que mais realizam spam por telefone.
Especificamente no Brasil, os números são os seguintes: operadoras de telecomunicações (33%), empresas de cobranças (24%), chamadas indesejadas genéricas (21%), telemarketing (12%); serviços financeiros (10%) e golpes (1%).
Já no Chile, as empresas de telefonia também ocupam o primeiro lugar (29%), seguidas por chamadas de cobrança (25%) e serviços financeiros (23%). Em seguida aparecem ligações de e-commerce (10), spams (8%), telemarketing (2%), golpes (2%) e seguros.
Quanto ao México, os serviços financeiros lideram o ranking (32%), seguidos por telefonemas irritantes (27%), fraudes (19%), políticos (12%), telemarketing (7%) e empresas de telefonia (3%).
No Peru, as chamadas que mais acontecem: telemarketing (26%), telefonemas indesejados (20%), serviços financeiros (16%), empresas de telefonia (14%), saúde (10%), golpes (10%) e políticas (4%).
Por fim, na Costa Rica, os spams são dos serviços financeiros (45%), cobranças (40%), golpes (8%), empresas de telefonia (4%) e chamadas indesejadas genéricas (3%).
“Em 2018 foram registradas 37,5 chamadas mensais de spam por usuário no Brasil, ou seja, houve um aumento de 81% de contatos telefônicos indesejados. É mais de uma chamada desse tipo para cada dia do mês, o que pode ser traduzido não apenas como um incômodo, mas também como um fenômeno que pode ter efeitos negativos sobre a produtividade de um funcionário ou ao tempo valioso dedicado à família ou aos amigos e que se intensificou no último ano na região”, explica Larsson.
“Notamos também que as chamadas de spam no Brasil têm uma característica muito particular: uma das ofertas mais frequentes é de operadoras de telefonia. Ironicamente, a segunda causa mais frequente de ligações do tipo é aquela feita por empresas de cobrança, quando os pagamentos estão atrasados e as empresas tentam reaver ou negociar a dívida”, complementa.
SMS também foi analisado
O envio de mensagens do tipo SMS também foi mensurado na pesquisa. De acordo com a análise desenvolvida pela empresa, 46% de todos as mensagens de texto de SMS recebidos pelos brasileiros correspondem a spam.