Ao conversar com Tay Dantas, fundadora e CEO da Vinci Society, fica evidente sua visão de que o marketing é muito mais do que uma estratégia de vendas: é cultura, é narrativa, é emocionar e engajar. Com a Vinci Society, ela está pavimentando o caminho para que as marcas sejam, acima de tudo, grandes contadoras de histórias. Para isso, as empresas devem se tornar creators.
“A ideia do negócio, basicamente, é ajudar a empresa tradicional a se transformar em um creator e, com isso, gerar uma receita de uma forma muito mais eficiente acelerada, transformar em uma marca muito mais desejada. Do outro lado, ajudar o creator a se transformar no empresário”, destaca Dantas.
Para ela, o creator enfrenta hoje um grande desafio: ele é extremamente dependente de si mesmo como pessoa física. Embora tenha uma marca pessoal, sua principal limitação é justamente essa dependência, tanto dele próprio quanto de caixa.
“Queremos criar uma comunidade onde empresários e creators possam se conectar, trocar experiências e compartilhar estratégias de crescimento, fortalecendo uns aos outros nessa jornada”, conta.
O papel das emoções
Com passagens por startups em crescimento e até um cargo de sócia e diretora de marketing, a trajetória acelerada de Tay Dantas não parou por aí. Como COO da Boca Rosa Company, ajudou a transformar a marca em um fenômeno de mercado e a contornar uma crise com novos lançamentos. No final do ano passado, deu um novo passo e fundou a Vinci Society, empresa que se propõe a construir as “marcas mais sexys e ricas da atualidade e das próximas gerações”, como descreve ela.
Na segunda temporada do Boteco da CM, Tay compartilhou sua visão sobre a importância do autoconhecimento e da compreensão das emoções humanas no marketing. “Uma das coisas que mais me diferenciou profissionalmente dentro do marketing é conhecer profundamente as emoções humanas e me autoconhecer profundamente”, diz.
Ela conta que seu caminho no marketing começou com a escrita de roteiros publicitários para grandes canais de mídia. Com o tempo, percebeu que o segredo para construir marcas poderosas e campanhas de que gerem resultados está na capacidade de mexer com os grandes sentimentos humanos.
“Fazer com que, da mesma forma que as pessoas têm interesse em um filme, uma série, uma peça ou um bom romance, elas também se envolvam com uma marca. Usar isso para gerar uma venda ou uma conexão profunda é algo que poucos profissionais de marketing conseguem fazer tão bem quanto um bom roteirista”, afirma.
A redefinição da escrita
Sobre a escrita, Tay compartilha uma reflexão bem interessante baseada em um artigo de Paul Graham, fundador da Y Combinator. Segundo ela, estamos em um momento de transformação aonde a Inteligência Artificial está redefinindo a habilidade da escrita. No futuro próximo, a sociedade pode se dividir entre aqueles que sabem escrever e os que não sabem. “Escrever bem significa pensar bem. E escrever é o ato prático de pensar. Quando você pensa e não escreve, você apenas imagina que está pensando. Quando você pensa e escreve, está realmente estruturando seu pensamento.”
Para aqueles que querem aprimorar sua escrita, Tay recomenda a leitura de grandes autores como Valter Hugo Mãe, Mia Couto, Gabriel García Márquez e Eduardo Galeano, aliados a autores contemporâneos como Naval Ravikant, Paul Graham e Dan Koe. Mas, acima de tudo, ela destaca a prática constante de consumir e escrever. “Escrever todos os dias é fundamental. Ao revisar seu próprio texto, você aprende a organizar melhor seus pensamentos e melhora seu raciocínio.”