/
/
36% das bebidas alcóolicas no Brasil são falsificadas

36% das bebidas alcóolicas no Brasil são falsificadas

Um império lucrativo ameaça à saúde e coloca a economia em risco; saiba como se proteger e entenda como a rastreabilidade tornam-se aliada no combate à adulteração.

O mercado de bebidas alcoólicas no Brasil enfrenta um adversário perigoso: a falsificação. Dados da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) revelam que 36% do volume total de bebidas comercializadas no país são adulteradas.

Além do prejuízo econômico, a produção ilegal de bebidas está associada a facções criminosas que resultou em uma perda fiscal de R$ 52,9 bilhões devido à sonegação de impostos, conforme estudo da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF).

Império lucrativo é ameaça à saúde

Em 2022, o crime organizado consolidou um império lucrativo, movimentando R$56,9 bilhões apenas com a produção de bebidas falsificadas, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Esse valor supera o faturamento da maior cervejaria do país, a Ambev, que registrou R$42,6 bilhões no mesmo período, incluindo produtos não alcoólicos.

A estimativa do FBSP se baseia em dados da Euromonitor International, que indicam que 25,7% do mercado brasileiro de bebidas opera na ilegalidade. Para calcular o impacto financeiro, foi considerada a produção oficial do setor registrada pela Pesquisa Industrial Anual do IBGE.

O impacto desse mercado clandestino vai além dos números bilionários. Ele ameaça a saúde pública, prejudica a arrecadação de impostos e impõe desafios para a indústria. Dessa forma, o setor busca soluções inovadoras para garantir a autenticidade de seus produtos e reforçar a segurança do consumidor.

Apelo de preços baixos pode esconder riscos

O apelo de preços baixos também é um fator agravante nesse contexto, escondendo riscos para sua saúde e segurança. Em meio às grandes ofertas – sobretudo em datas especiais do comércio –, criminosos se fazem valer destes momentos para vender bebidas alcoólicas falsificadas, contrabandeadas e descaminhadas.

No caso de bebidas alcoólicas, o cuidado deve ser redobrado para não adquirir produtos que representam sérios riscos à saúde. Esses itens, vendidos a preços muito inferiores ao mercado, podem conter substâncias tóxicas, como metanol, que podem levar a graves intoxicações e até mesmo à morte.

O preço é o primeiro indício de que a bebida é ilegal, porque como são produtos altamente tributados, não há tanta diferença de preço na oferta do mercado legal. O consumidor pensa que está fazendo um bom negócio ao se deparar com estes valores muito abaixo do que geralmente encontra, mas, na verdade, está sendo ludibriado e não terá a experiência que espera”, alerta Cristiane Foja, presidente executiva da Associação Brasileira de Bebidas.

Prejuízos e rastreabilidade como aliada

No momento de fazer compras de bebidas, algumas dicas práticas evitam prejuízos e riscos desnecessários, seja pela internet ou em lojas físicas. Cristiane Foja esclarece: “A garrafa diz muito sobre a bebida. Lacres irregulares, rótulos mal colados ou avariados, e garrafas em más condições podem indicar falsificação. Além disso, convém se atentar ao volume do líquido da garrafa, pois existe padrão e qualidade na indústria legal de bebidas. Embalagens muito cheias ou mais vazias, podem indicar fraude/atividade ilegal. O contrarrótulo deve estar em português”.

Nesse sentido, a rastreabilidade surge como ferramenta importante no combate à adulteração, tornando cada garrafa um item único e verificável. “Apesar da regulamentação que exige informações como validade, lote e datas de produção, a falsificação ainda opera de forma massiva. Por isso, investir em rastreabilidade é uma necessidade crescente”, explica Ramon Grasselli, gerente comercial da Soma Solution, empresa que fornece equipamentos de codificação industrial e representa a fabricante global Markem-Imaje no Brasil.

Entre as soluções aplicadas à indústria de bebidas, a empresa desenvolveu sistemas específicos para garantir maior legibilidade e autenticidade nos rótulos. Para as garrafas âmbar, por exemplo, frequentemente usadas no envase de cervejas, a empresa oferece tintas pigmentadas em branco e amarelo, tornando os códigos visíveis independentemente da coloração do vidro. “A escolha da cor da impressão é estratégica para que a rastreabilidade cumpra seu papel e todas as informações estejam claramente identificadas”, detalha Grasselli.

Vale lembrar que a legislação exige que alimentos e bebidas informem detalhes como origem, variedade, lote, data de produção e identificação do fornecedor por meio de etiquetas, códigos de barras ou QR codes. Essas informações garantem que cada produto seja rastreável, permitindo ao consumidor verificar a autenticidade da mercadoria antes da compra. Fique atento!

Compartilhe essa notícia:

WhatsApp
X
LinkedIn
Facebook
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Recomendadas

MAIS MATÉRIAS

SUMÁRIO – Edição 291

A evolução do consumidor traz uma série de desafios inéditos, inclusive para os modelos de gestão corporativa. A Consumidor Moderno tornou-se especialista em entender essas mutações e identificar tendências. Como um ecossistema de conteúdo multiplataforma, temos o inabalável compromisso de traduzir essa expertise para o mundo empresarial assimilar a importância da inserção do consumidor no centro de suas decisões e estratégias.

A busca incansável da excelência e a inovação como essência fomentam nosso espírito questionador, movido pela adrenalina de desafiar e superar limites – sempre com integridade.

Esses são os valores que nos impulsionam a explorar continuamente as melhores práticas para o desenho de uma experiência do cliente fluida e memorável, no Brasil e no mundo.

A IA chega para acelerar e exponencializar os negócios e seus processos. Mas o CX é para sempre, e fará a diferença nas relações com os clientes.

CAPA: Camila Nascimento
IMAGEM: IA Generativa / Adobe Firefly


Publisher
Roberto Meir

Diretor-Executivo de Conhecimento
Jacques Meir
[email protected]

Diretora-Executiva
Lucimara Fiorin
[email protected]

COMERCIAL E PUBLICIDADE
Gerentes-Comerciais
Angela Souto
[email protected] 

Daniela Calvo
[email protected]

Elisabete Almeida
[email protected]

Érica Issa
[email protected]

Natalia Gouveia
[email protected]

NÚCLEO DE CONTEÚDO
Head de Conteúdo
Larissa Sant’Ana
[email protected]

Editor-assistente
Thiago Calil
[email protected]

Editora do Portal 
Júlia Fregonese
[email protected]

Produtores de Conteúdo
Bianca Alvarenga
Danielle Ruas 
Jéssica Chalegra
Marcelo Brandão
Nayara de Deus

Head de Arte
Camila Nascimento
[email protected]

Revisão
Elani Cardoso

COMUNICAÇÃO
Gerente de Comunicação e Cultura
Simone Gurgel

MARKETING
Gerente de Marketing
Ivan Junqueira

Coordenadora
Bárbara Cipriano

TECNOLOGIA
Gerente

Ricardo Domingues


CONSUMIDOR MODERNO
é uma publicação da Padrão Editorial Ltda.
www.gpadrao.com.br
Rua Ceará, 62 – Higienópolis
Brasil – São Paulo – SP – 01234-010
Telefone: +55 (11) 3125-2244
A editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou nas matérias assinadas. A reprodução do conteúdo editorial desta revista só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte.
Todos os direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright,
sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos textos
publicados nesta revista, salvo expresso
consentimento dos seus editores.
Padrão Editorial Ltda.
Consumidor Moderno ISSN 1413-1226

NA INTERNET
Acesse diariamente o portal
www.consumidormoderno.com.br
e tenha acesso a um conteúdo multiformato
sempre original, instigante e provocador
sobre todos os assuntos relativos ao
comportamento do consumidor e à inteligência
relacional, incluindo tendências, experiência,
jornada do cliente, tecnologias, defesa do
consumidor, nova consciência, gestão e inovação.

PUBLICIDADE
Anuncie na Consumidor Moderno e tenha
o melhor retorno de leitores qualificados
e informados do Brasil.

PARA INFORMAÇÕES SOBRE ORÇAMENTOS:
[email protected]