Menino? Menina? Ambos? A nova coleção de bonecas da Mattel permite que a criança crie a personagem que quiser. O anúncio representa uma quebra de protocolo na linha Barbie, que definiu padrões de beleza em gerações de meninas e meninos durante os últimos 60 anos.
Na série Creatable World não há elementos sexualmente distintivos. E o que isso significa? A Barbie não tem seios e o Ken foi criado sem os já tradicionais ombros largos. A boneca se assemelha a uma criança de sete anos, vem com cabelos curtos e em tons de pele diferentes. O kit de personalização traz mais de 100 itens entre perucas, roupas, chapéus e óculos.
In our world, dolls are as limitless as the kids who play with them. Introducing #CreatableWorld, a doll line designed to keep labels out and invite everyone in. #AllWelcome
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— MATTEL (@Mattel) September 25, 2019
“Os brinquedos são o reflexo da cultura e, à medida que o mundo continua comemorando o impacto positivo da inclusão, sentimos que era hora de criar uma linha de bonecas sem qualquer rótulo”, explicou Kim Culmone, vice-presidente sênior de design de bonecas da Mattel.
A empresa já vinha demonstrando interesse em criar produtos que lutassem pela liberdade, que estivessem isentos de estereótipos e que empoderassem as novas gerações.
Os primeiros sinais dessas propostas começaram em 2015 com a linha Barbies Fashionistas, que tinha 8 tons de pele, 14 rostos, 18 cores de olhos e 23 cabelos diferentes.
Mais tarde, em 2018, a Mattel apostou no Dia Internacional das Mulheres na coleção Mulheres Inspiradoras, que homenageava personalidades como Frida Kahlo, Amelia Earhart e Katherine Johnson.
No começo de 2019 foi a vez de quebrar estigmas em relação as profissões com a chegada das Barbies engenheiras, cientistas e astrofísicas.
Mas o que a Creatable World fez dessa vez foi completamente diferente. As bonecas têm rostos como os nossos, sobre os quais é possível projetar a nossa própria auto-imagem, ansiedades e desejos.
Para dar vida a linha, a empresa trabalhou com especialistas em identidade de gênero e conversou com 250 famílias que convivem com crianças de todas as identidades de gênero, incluindo 15 que se identificam como trans e não-binárias, que raramente se vêm representadas na mídia ou nos brinquedos.
“Havia algumas crianças que nos disseram que temiam o dia de Natal porque sabiam o que quer que recebessem embaixo da árvore de Natal, que não foi feito para eles”, diz Monica Dreger, chefe de insights de consumidores da Mattel.
No Twitter a marca explicou que a linha vem com o intuito de deixar os brinquedos serem brinquedos, para que crianças sejam crianças, ressaltando que no mundo atual as bonecas devem ser tão ilimitadas quanto as crianças que brincam com elas.
Nos Estados Unidos o produto será comercializado a um preço recomendado de US$ 29,99 (R$ 124 na cotação atual). Ainda não há previsão para o lançamento no Brasil.