O algoritmo representa um passo a passo de um procedimento que uma pessoa gostaria que um software executasse de maneira muito eficiente. O Waze, por exemplo. Ele reúne uma série de informações de pessoas no trânsito e, dessa forma, procura informar as melhores rotas pelas ruas e avenidas de uma cidade. O mesmo acontece com o Google, que envia uma seleção de sites ou informações que tem relação com as palavras digitadas por um usuário.
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No entanto, a pergunta é: será que o uso desses algoritmos estaria entregando a melhor informação (ou a mais correta) para um usuário de um aplicativo ou um site na internet? Ou ainda: Não seria uma forma de favorecer informações, pessoas, lugares em detrimento de outras?
De acordo com Patrícia Peck, advogada e especialista em direito digital presente na Fenalaw deste ano, esse é um dos temas mais emergentes e polêmicos dentro da União Europeia. Por conta disso, há um debate se empresas que prestam serviços de interesse público não deveriam submeter os seus algoritmos a auditorias feitas por empresas independentes. “Há uma preocupação quanto à manipulação de dados por parte de algumas empresas. Nas ferramentas de buscas na internet, por exemplo, um site poderia ser favorecido em função de alguma parceria comercial. A ideia da União Europeia é evitar a manipulação de dados”, disse.
Abuso de poder
Um dos alvos, claro, é o Google na Europa. Recentemente, a empresa de Mountain View recebeu uma multa de quase R$ 10 bilhões. O motivo seria um suposto abuso de poder econômico. Nesse contexto, ela poderia ser alvo de uma auditagem de algoritmos, o que afastaria a possibilidade de um parceiro ser prestigiado no ranqueamento das buscas feitas na plataforma da empresa.