É difícil admitir, mas 2013 já passou há muito tempo. Prova disso é que naquela época a seleção brasileira não sabia o que era tomar sete gols em um jogo, Dilma Rousseff ainda estava em seu primeiro mandato como presidente do País, assim como crise econômica não era uma palavra tão comum do brasileiro. No mercado da inovação, cinco anos podem representar séculos de transformação.
Logo, aqueles que foram protagonistas há cinco anos podem não estar em cima atualmente. E foi exatamente o que aconteceu. Um levantamento feito pela GE Reports, braço de estudos da multinacional GE, mostra que países como Estados Unidos e Alemanha, antes vistos como a merca da inovação, vêm perdendo espaço para potências asiáticas como Japão e China.
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Cerca de 2 mil executivos foram questionados sobre qual país está liderando a inovação no mundo. Os EUA continuam liderando, mas a sua participação, de 2013 até 2018, caiu de 38% para 28%. A vice-liderança, agora, é do Japão com 21% da preferência. O pódio é completado pela China, com 14%.
A queda mais acentuada nesse levantamento foi a da Alemanha. Há apenas cinco anos, o país era visto como o segundo maior motor de inovação do planeta de acordo com os executivos entrevistados pela GE. Atualmente, com 9% dos votos, está bem longe do percentual de 16% alcançado em 2014. Como alento aos europeus, a Suécia saltou de 1% para 3% no mesmo período.
Ao mesmo tempo, o ambiente de inovação parece estar mais aberto em todo o planeta. Executivos de todas as nacionalidades afirmaram que o seu país conseguiu desenvolver o tema dentro das fronteiras. Os destaques foram China, que saiu de 24% para 73% de avaliação positiva de 2014 a 2018, e Índia, de 28% para 67% no mesmo período. O Brasil vem logo atrás: saiu de 14% para 43%.
Executivos protecionistas
Por outro lado, mesmo sendo questionados a respeito de inovação, os executivos ainda estão muito protecionistas. Para 55% deles, políticas protecionistas beneficiam os negócios em inovação. Um paradoxo, no entanto, é que a maioria também admite os benefícios da globalização e dos mercados abertos.
Outra questão interessante é que 68% dos executivos afirmaram que os governos de seus países não são capazes de regular a inovação. Segundo eles, o sistema público não é capaz de acompanhar o ritmo de inovação.
Mais lento e eficaz
A cabeça dos executivos também vem mudando em alguns temas, como a questão da velocidade da inovação. Se há poucos anos a tendência era lançar tudo o que pudessem no mercado, agora a ordem é ser comedido e assertivo. Por isso, testes e mais testes estão sendo feitos antes do lançamento de qualquer produto – muito mais do que antes.
Isso pode ser visto na expectativa de retorno. Se antes o retorno sobre o investimento (ROI) tinha que ser rápido, agora 84% dos profissionais afirmam que estão dispostos a aguardar um ROI de longo prazo para um avanço inovador.
E a próxima tecnologia disruptiva, segundo eles, será a impressão 3D. Para 91%, o avanço dessa técnica aumentará a criatividade – e ajudará a levar os produtos de maneira mais rápida para o mercado, pelo menos para 89% deles. Além da impressão 3D, os executivos também estão de olho nas transformações em redes de energia, saúde virtual e cidades inteligentes.