O varejo de Paris poderá, em breve, abrir suas lojas em 12 domingos por ano, em vez das atuais cinco. Esse é mais um passo do governo local para estimular a economia e mostrar à União Europeia que realmente quer resolver seus problemas de déficit.
A abertura das lojas aos domingos é o aspecto mais claro de uma ampla mudança na estrutura econômica francesa, que hoje enfrenta estagnação econômica e alto desemprego. Parte da chamada Lei Macron (por causa do Ministro da Economia Emmanuel Macron), que propõe mais de 100 mudanças em diversos aspectos da vida no país, a iniciativa também conta com a liberalização de algumas profissões (advogados, por exemplo, terão uma legislação simplificada).
Mais que uma mudança cosmética, a abertura do varejo em 12 domingos por ano aumenta a competitividade do setor e também gera empregos. Desde o fim do ano passado, os lojistas dos chamados ?distritos turísticos? de Paris (como a Champs Elysèes e o Marais) podem funcionar todos os domingos, o que gera movimento e também faz com que os restaurantes e bares ao redor fiquem cheios. Não à toa, as duas lojas do McDonald?s na Champs Elysèes estão entre as mais rentáveis da rede no mundo, apesar dos altos custos de locação.
As grandes lojas de departamentos, como Galleries Lafayette e Printemps, porém, não estão nessas regiões e assim, perdem receitas. Por isso, têm feito lobby há tempos pela liberalização da lei. A aprovação, há duas semanas, de uma medida na Câmara dos Deputados que prevê a criação de ?zonas internacionais de comércio? nas áreas mais movimentadas de Paris e também na Riviera Francesa, é um grande passo no sentido de impulsionar a economia.
A lei ainda será votada pelo Senado e passará pela sanção do presidente François Hollande antes de entrar em vigor.
Leia mais:
Os 10 mandamentos do varejo do futuro
Vida longa às lojas de departamento
O futuro não é mais como era antigamente