A autonomia é o um dos maiores objetivos de quem quer empreender. A vontade de empreender e o desejo por uma vida melhor, entretanto, faz com que a maioria foque apenas nas vantagens e esqueça as desvantagens, alerta o coach de carreira Maurício Sampaio.
?A cobrança cada vez maior por resultados, principalmente em épocas de crise, e os cortes frequentes nas empresas colaboram para o aumento do número de empreendedores. Mas trabalhar por conta própria tem seus prós e contras?, diz o especialista.
De acordo com Sampaio, entre as vantagens de trabalhar por conta são:
? Controle do próprio tempo;
? Possibilidade de trabalhar em casa, desde que focado;
? Liberdade para se dedicar a outros projetos ou tarefas;
? Maior tempo para conviver com a família.
As desvantagens são:
? Falta de um retorno financeiro recorrente, ao menos até o novo projeto decolar;
? Fim de benefícios, como registro em carteira, auxílio alimentação, vale transporte, plano de saúde, participação nos lucros, entre outros;
? Solidão, especialmente para quem se acostumou a trabalhar com colegas por perto;
? Ausência de férias remuneradas.
“A verdade é que o autônomo passa por um problema na questão do equilíbrio financeiro”, diz o Promotor de Justiça de defesa do consumidor do Ministério Público de Minas Gerais, Lélio Braga Calhau. “Na prática, ele deve ter o dobro de cuidado quando o assunto é dinehiro. Por exemplo, o autônomo não pode ficar doente e faltar no trabalho, caso contrário não vende, não presta o serviço e não recebe. Isso afeta diretamente o seu fluxo de caixa”.
Veja algumas dicas de como o autônomo poderá administrar as finanças e ter segurança financeira.
1. Não misture as despesas pessoais com as despesas da sua atividade profissional: é muito fácil se confundir quando não há essa divisão. Aí surge o descontrole e começam grandes problemas. Não misture sua vida pessoal com as finanças de seu negócio.
2. Seja cauteloso financeiramente: o autônomo tem condições, em tese, de ganhar muito mais que um empregado. É verdade! É ele o dono do seu próprio negócio, mas por outro lado se encontra financeiramente numa situação diferente do servidor público ou do trabalhador celetista. Ele, mais do que todos, deve ser rigoroso e prudente, quando se trata de zelar pelo seu próprio equilíbrio financeiro. Antes de gastar, pense se aquilo realmente é importante.
3. Tenha uma reserva financeira: nesse sentido, o autônomo, mais do que os outros trabalhadores citados, deve ter uma reserva financeira proporcionalmente maior do que os outros trabalhadores. Além disso, existem despesas conhecidas que surgem de tempos em tempos (IPVA, IPTU, materiais escolares, etc), e como o autônomo não tem 13º salário, ele tem que ter uma reserva previamente separada para isso. A opção é abrir cadernetas de poupança e depositar mês a mês pequenos valores, que somados em dez a doze meses, resultam, no valor dessas temidas despesas de início de ano.
4. Esteja preparado para crises financeiras: indico que o autônomo tenha uma média de três a seis vezes o valor de suas despesas mensais para momentos de crise. Se ficar desempregado, bater uma crise, acontecer algum acidente ou problema grave de saúde, há uma chance boa de você conseguir se reorganizar com essa reserva separada.
5. Recolha as contribuições para a previdência pública: Essa é uma estratégia a longo prazo. É importante ter essa complementação no futuro, por motivos óbvios. Ruim com ela, pior sem ela.
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