Com 174 lojas próprias, 182 franqueadas e presença em 4,6 mil lojas multimarcas e sete websites, a Inbrands não tem vergonha de dizer que atinge público de médio e alto poder aquisitivo, refutando a estratégia de buscar múltiplos perfis de consumidor. ?Não entendemos que seremos onipresentes no setor. Procuramos atingir o perfil do cliente que está associado às nossas marcas e, a partir deste nicho de pessoas, criar um interesse?, ressalta o diretor-presidente da companhia, Michel Sarkis.
Representante de marcas de alto valor agregado como Ellus, Richards e Alexandre Hercovitch, a companhia aposta na experiência de compra como uma das formas de reinventar o varejo físico. ?A loja deve ser marcante na vida do cliente, com atrativos que o levem a vivenciar o que aquela marca se propõe?, comenta.
Como exemplo se destaca a recente experiência da Ellus que alocou um personal stylist em suas lojas para dar dicas aos clientes, o Ellus Special Thursday. Participaram as lojas do Shopping Higienópolis, Cidade Jardim, Iguatemi, Oscar Freire, Ipanema (RJ) e na capital mineira, Belo Horizonte.
São propostas de associação de conteúdo à experiência de consumo visando favorecer o relacionamento com o cliente. Importante também, segundo o presidente, é transformar, através da tecnologia, os pontos de contato com o cliente em um ambiente multicanal. Da forma como faz uma de suas marcas, a Richard?s, que puxa diretamente de seu e-commerce os eventuais produtos que não estiverem disponíveis na loja física.
Sobre a recente chegada de grandes marcas de moda internacionais ao País (como Desigual, Gap e Forever 21), o presidente da Inbrands acredita que a melhor estratégia é conhecer o cliente local. ?Como em qualquer setor, a competência é fundamental. Estamos preparados para atuar em qualquer panorama?. A própria companhia opera marcas internacionais importantes, como a norte-americana Tommy Hilfiger e a holandesa G-Star.
Varejo físico X E-commerce
Apesar de seu e-commerce ter apresentado 34% de aumento em um ano, os números da companhia revelam que seu cliente prefere mesmo o varejo físico. A média de vendas efetivadas pela Internet varia entre 1% e 5 % do faturamento. No primeiro trimestre do ano, significou 2% da renda bruta, ou pouco mais de R$ 7,5 milhões. Michel Sarkis observa que as estatísticas não refletem o avanço da multicanalidade na empresa. ?É muito recorrente o cliente que visita a loja virtual, consulta todo o rol de produtos e ali escolhe sua roupa. Só que ele quer a experiência de compra e por isso vai efetivar a aquisição na loja, onde pode tocar a peça, experimentar o produto?, enfatiza.
E existe também a lógica inversa, quando o consumidor experimenta na loja para depois comprar em casa com calma. ?Os canais estão cada vez mais se confundindo e é por isso que precisamos estar preparados?, diz. Para ele, a chave para fidelizar o cliente no segmento do vestuário é possuir produtos atrativos ? com o poder de fazer as pessoas se afeiçoarem a ele ? para só depois, desdobrar o ?universo? que existe ao seu redor: tendências, combinações e identidade. ?Isso vai fazer com que o cliente sempre queira voltar?, arremata.
As melhores práticas de competitividade no varejo físico e virtual serão abordadas no maior evento de varejo da América Latina, o Brazilian Retail Week, organizado pelo Grupo Padrão e que acontece nos dias 29 e 30 de julho, em São Paulo. Para saber mais sobre o evento, acesse www.brweek.com.br
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