Uma mudança que ocorreu recentemente e que já está mudando a vida dos aposentados é a Medida Provisória que propõe uma nova fórmula para o cálculo de aposentadoria por tempo de contribuição. Funciona como um sistema de pontos e é uma alternativa ao fator previdenciário. Mas vamos entender melhor sobre o que se trata e como devemos nos planejar para garantir um futuro tranquilo.
Até o fim de 2016 valerá a fórmula 85/95 ? que já tinha sido proposta anteriormente. A idade da mulher somada ao tempo de contribuição tem que dar 85 pontos e, no caso do homem, o resultado deve ser 95. A partir de 2017 até 2022, valerá a regra da progressividade, que consiste em aumentar gradativamente esses pontos, até chegar a 90 para mulheres e 100 para homens.
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Por um lado, isso fará com que seja adiado o acesso ao benefício, mas, por outro, é uma maneira de acompanhar o crescimento da expectativa de vida do brasileiro e não causar déficit nas contas da Previdência. Boa ou não, a nova MP já está em vigor e, por isso, precisamos nos educar financeiramente para assegurar uma aposentadoria sustentável.
A minha orientação é que não se dependa do INSS. Não quero dizer que ele não seja importante, até porque, é um direito do trabalhador que contribuiu boa parte da sua vida. No entanto, é essencial que se faça uma previdência privada para complementar a renda naquele momento em que decidir parar de trabalhar por obrigação, para se sustentar ou aproveitar mais a vida.
Para tanto, as dicas continuam sendo as mesmas:
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? Descubra com qual padrão de vida você quer se aposentar. Aposentadoria segura não significa ser milionário, é preciso encontrar um percentual da renda que possa poupar. Se você deixar para poupar apenas a sobra, não terá um resultado satisfatório;
? Quanto mais cedo começar a poupar, mais agressiva pode ser a estratégia. Quem está na casa dos 20 anos, pode formar uma reserva de emergência que corresponda de 6 a 12 meses de salário e, a partir daí, investir todo o resto do dinheiro nesse sonho. Guardando R$ 300 por mês, em 30 anos, pode se ter cerca de R$ 1 milhão;
? Divida os objetivos e sonhos em três grupos de acordo com os prazos que pretende realizá-los, que deverão ser de curto, médio e longo prazos, e invista o dinheiro de acordo com esses objetivos;
? Como a atratividade de cada tipo de investimento varia com o tempo, aconselho o poupador a rever a estratégia adotada a cada quatro ou seis meses. Além de eventuais mudanças na conjuntura econômica, também podem surgir boas oportunidades;
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? Para não ter sustos, o poupador deve acumular um capital que renda o dobro do que ele precisa. Vamos supor que você ganhe um salário de R$ 4 mil, tendo uma aposentadoria pública de R$ 2 mil. Se sua aposentadoria complementar lhe pagar apenas R$ 2 mil por mês, um dia, o dinheiro vai acabar. Mas, se os investimentos renderem R$ 4 mil, você saca metade e deixa a outra metade rendendo. Assim, o dinheiro se recapitaliza e se preserva.
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Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e da Editora DSOP, autor do best seller Terapia Financeira e dos lançamentos Sabedoria Financeira e Papo Empreendedor.