Após anunciar em suas redes ter sido vítima de uma tentativa de ataque ao site do e-commerce, a Lojas Americanas e Submarino retiraram a plataforma do ar no último fim de semana (19 e 20). Ambos os sites continuam indisponível e o prejuízo dessa ausência na internet não para de crescer.
Antes de calculá-lo, entretanto, é preciso entender o tamanho do impacto que a falha na segurança causou: as plataformas digitais da empresa — o e-commerce incluso como a maior parte — representam 60% das vendas da Americanas S.A. E os já quatro dias fora do ar geraram um baque nas ações da empresa com uma baixa de 6,6%.
Assim, conforme aponta a consultoria Economática, a Americanas fechou a segunda-feira (21) com uma perda de valor no mercado de pelo menos 2 bilhões, de acordo com os dados da Bolsa em um comparativo com a última sexta-feira (18).
Leia mais: O que o caso Americanas nos ensina sobre o problema de cibersegurança no Brasil?
Entenda o caso da Americanas
No último sábado (19), a empresa retirou o e-commerce devido à suspensão de parte dos servidores que atuavam nessa plataforma. A ação ocorreu após a equipe de cibersegurança identificar riscos de acesso não autorizado ao site.
Em nota, a empresa afirma: “A companhia informa que, por questões de segurança, suspendeu proativamente parte dos servidores do ambiente de e-commerce e atua com recursos técnicos e especialistas para normalizar com segurança o mais rápido possível. As lojas físicas não tiveram suas atividades interrompidas e permanecem operando”.
Assine a nossa newsletter e fique atualizado sobre as principais notícias da experiência do cliente
Além do pronunciamento institucional, a rede vem respondendo parte dos clientes nas redes sociais. No Twitter, a Americanas S.A. informou que a instabilidade no portal poderá ocasionar atrasos em pedidos feitos antes da interrupção das atividades no site. Ainda não há, entretanto, nenhuma previsão de normalização da plataforma.
Providências e defesa do consumidor
Posto que a corporação não deu detalhes sobre o ataque, não é possível ainda mensurar os danos ao consumidor. Dessa forma, o Procon-SP já notificou a Americanas S.A em busca de explicações sobre todos os ocorridos. Em nota, o órgão de defesa do consumidor também declarou que a empresa precisa informar aos clientes quais serão as maneiras de exercer seus direitos — a exemplo do arrependimento de compra, que depende dos sete dias úteis —, tais como solicitações de troca, datas de entrega, reembolso, entre outros.
“A companhia também deve informar e comprovar que adota medidas de segurança, técnicas e administrativas para proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento inadequado ou ilícito, conforme disposto no art. 46 da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)”, complementa o comunicado do Procon-SP.
Ataques ficam cada vez mais comuns
Vale destacar que este não é o primeiro (e nem será o último) ataque a grandes varejistas que causam imensos prejuízos. Em 2021, a Lojas Renner também foi alvo de ataques cibernéticos e teve que manter suas plataformas digitais fora do ar por três dias consecutivos.
Leia mais: Lojas Renner afirmam que não houve vazamento de dados no ataque cibernético
Casos semelhantes também ocorreram com a CVC — que ficou 12 dias sem operação em outubro do ano passado por decorrência de um ataque hacker —, Fleury e JBS.
+ Notícia