Com o mercado aquecido pela ascensão das concorrentes chinesas, a gigante americana Amazon vem investindo pesado na criação de uma rede logística própria, altamente tecnológica. Desde que iniciou as operações de varejo no país, em 2019, a empresa estabeleceu uma malha com mais de 200 polos logísticos distribuídos pelos 26 estados e o Distrito Federal, sendo 140 deles inaugurados apenas nos últimos 18 meses.
Com uma estratégia focada em entregas cada vez mais rápidas e uma rede de parceiros locais em expansão, a empresa aposta que sua logística será o trunfo para seguir competitiva no mercado brasileiro. Atualmente, a Amazon já consegue realizar entregas no mesmo dia em mais de 200 cidades. Em outras 3.600 localidades, as entregas acontecem no dia seguinte, números que devem crescer rapidamente.
“Estamos acelerando nossa expansão no Brasil e investindo em parcerias locais e estratégicas que engajam e atuam como força transformadora para oferecer serviços ainda mais rápidos aos clientes, não importa onde estejam”, afirma Ricardo Pagani, líder de operações da Amazon Brasil.
Entregas rápidas com pegada local
Combinando expertise global com o conhecimento de vendedores e fornecedores brasileiros, a Amazon afirma conseguir atender às particularidades regionais. A estratégia não se limita a grandes centros urbanos. Áreas periféricas e até rurais também têm sido foco da expansão.
Um exemplo é a Favela Log, iniciativa da Favela Holding em parceria com a Amazon. O programa já opera 16 estações de entrega em comunidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Com tecnologia da empresa, a rede permite entregas em até um dia útil, democratizando o acesso ao e-commerce e fortalecendo a economia local.
“Para o sucesso dessa estratégia, combinamos nossa expertise global com o conhecimento e a energia dos parceiros brasileiros, investindo em tecnologias que nos permitem criar uma rede logística que não apenas atenda às necessidades dos clientes, mas também impulsione o desenvolvimento econômico e social local”, diz Ricardo Pagani.
Apoio aos empreendedores
Boa parte do faturamento do comércio eletrônico no país passa por marketplaces, o que reforça seu protagonismo como porta de entrada para vendas digitais. Nesse sentido, a Amazon também vem promovendo o empreendedorismo por meio de dois programas: o Amazon Hub e o Delivery Service Partner (DSP).
Lançado em 2024, o Amazon Hub permite que pequenos negócios regionais participem da rede de entregas da empresa. Em poucos meses, o programa saltou de 250 para mais de 700 parceiros ativos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. A meta é atingir outras 1.900 parcerias em regiões metropolitanas e estados como Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Espírito Santo. A expansão já reduziu prazos de entrega em diversas localidades de cinco para dois dias, e, em alguns casos, para apenas um.
Já o DSP, lançado em 2020, permite que empreendedores criem suas próprias operações de entrega com suporte tecnológico da Amazon. Até o momento, mais de 50 empresas parceiras já atuam em 11 estados, gerando cerca de 3 mil empregos.
Impacto econômico
Além da infraestrutura logística, a Amazon acelera o mercado por meio do marketplace. Atualmente, mais de 100 mil pequenos e médios vendedores usam a plataforma para comercializar seus produtos dentro e fora do Brasil. Segundo a companhia, isso contribui para a geração de mais de 170 mil empregos diretos e indiretos no país. Soma-se a eles os 18 mil postos de trabalho ligados diretamente às operações da Amazon no Brasil.
De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o faturamento do e-commerce no Brasil superou R$ 204,3 bilhões em 2024, e segue em expansão acelerada. O crescimento do e-commerce nacional e a disputa acirrada entre grandes marketplaces tornam as estratégias logísticas ágeis um diferencial competitivo fundamental.
“Nossa visão de longo prazo é criar uma rede logística robusta e eficiente que conecte até as áreas mais remotas do Brasil, promovendo o acesso a uma ampla seleção de produtos”, diz Pagani. “Estamos construindo um ecossistema que beneficia consumidores, parceiros e comunidades. Essa expansão acelerada não apenas melhora a experiência do cliente, mas também cria um ciclo virtuoso de crescimento econômico e inovação logística em escala nacional”, destaca.