A Amazon tem dedicado esforços para combater sites e grupos de redes sociais que fazem resenhas falsas em troca de dinheiro ou produtos. Este mês, a varejista anunciou que apresentou a primeira queixa crime na Itália e entrou com um processo na Espanha, ambas as ações tendo como alvo autores de avaliações falsas. Segundo a Amazon, a empresa também entrou com dez novos processos judiciais nos Estados Unidos, contra 11 mil sites e grupos que orquestram esse tipo de resenha.
Dharmesh Mehta, Amazon’s Vice President of Selling Partner Services, afirma que responsabilizar os atores judicialmente é um caminho para proteger os clientes e conquistar novamente a confiança dos consumidores. Além dos processos e ações criminais, a Amazon também enviou cartas de advertência a cinco sites com sede na Alemanha que estavam direcionando os visitantes para uma página de avaliações falsas. Todos os sites se comprometeram a parar de gerar esse tráfego.
Em julho deste ano, a varejista já havia entrado com uma ação legal contra os administradores de mais de 10.000 grupos do Facebook que tentavam orquestrar avaliações falsas na plataforma, prometendo dinheiro ou produtos gratuitos em troca de avaliações positivas.
O vice-presidente explicou que a Amazon está trabalhando em duas frentes: na identificação dos autores das resenhas falsas e também na prevenção dessas atitudes. Para isso, foram investidos recursos significativos em uma equipe global formada por investigadores especializados, advogados e analistas que rastreiam a atuação das pessoas que organizam e realizam essas falsas resenhas. A partir do momento que se descobre a origem das mesmas, o time reúne evidências e toma as medidas legais possíveis para coibir essa ação logo de início.
Além da equipe própria, a Amazon afirma que precisa contar com o apoio de outros players do setor e do poder público nessa luta.
“A Amazon continuará dedicando recursos significativos para combater avaliações falsas e garantir que os clientes tenham uma experiência de compra confiável”, acrescentou Mehta.
Resenhas falsas e o avanço do e-commerce
Dado o avanço do e-commerce e a digitalização, acelerada pela pandemia, houve uma expansão das vendas online e também das fraudes. Nos últimos anos, a Amazon foi acusada inúmeras vezes de se beneficiar de resenhas falsas. Por isso, a plataforma tem se estruturado para reverter essa situação.
Em março do ano passado, um vazamento de um banco de dados online expôs uma rede formada por mais de 200.000 pessoas que publicavam comentários com avaliações falsas de produtos na Amazon em troca de receber mercadorias grátis, de acordo com informações do site Safety Detectives. O caso deixou ainda mais clara a existência de um mercado dedicado às resenhas falsas.
O procedimento se repete, é quase sempre o mesmo. Os vendedores enviam aos resenhistas uma lista de artigos. As pessoas “compram os produtos” e avaliam com 5 estrelas. Ao finalizar, a pessoa envia um link com seu perfil na plataforma para o vendedor, junto aos dados para pagamento do reembolso.
A queixa criminal feita pela Amazon na Itália, por exemplo, teve como alvo uma pessoa que vendia avaliações falsas em um esquema baseado em uma rede de indivíduos dispostos a comprar produtos na Amazon e publicar avaliações de 5 estrelas em troca da devolução do dinheiro. A decisão de entrar na justiça é uma forma da Amazon sinalizar que a empresa não concorda com essas atitudes e quer impedir pessoas de lucrarem enganando clientes e parceiros de vendas da plataforma.
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