Cerca de 600 dos nove mil funcionários da Amazon na Alemanha fizeram dois dias de greve na sexta (30) e sábado (31) em Bad Hersfeld e Leipzig. Ontem (2), a greve foi estendida para o centro de distribuição de Graben. A disputa salarial é antiga e já resultou em paralisações dos trabalhadores da empresa em março deste ano e perto do Natal de 2013. Informações são da Reuters Internacional.
Além da briga interna, a Amazon também não tem sido bem vista no mercado editorial: foi manchete dos jornais do mundo inteiro depois da acusação de que estaria atrasando intencionalmente as entregas dos livros, especificamente os da editora Hachette. Atrasos teriam como pano de fundo uma briga comercial entre as partes. Saiba mais aqui
Na última quinta-feira (28), a Amazon veio a público falar sobre o impasse com o Hachette Book Group e disse que ?não está otimista? com a disputa entre as partes. A varejista é acusada de assédio moral porque suas táticas de negociação não obedeceriam termos ?aceitáveis?.
Uma das consequências imediatas foi o bloqueio para encomendas de alguns dos próximos lançamentos da Hachette. O novo romance de JK Rowling ? autora do Harry Potter ? ?O Bicho?, que é escrito sob o pseudônimo de Robert Galbraith, foi uma das obras afetadas.
O presidente-executivo da Hachette, Arnaud Nourry, disse que espera um desfecho em algumas semanas. Em nota, a editora publicou que ?não poupará esforços para retomar as relações comerciais normais com a Amazon?.
Já a Amazon afirma que a disputa com a Hachette afeta apenas uma “pequena porcentagem” de seu mix de produtos e que teria se oferecido para contribuir financeiramente com um pool de autores para abrandar o impacto da disputa de direitos autorais.
Disputa salarial na Alemanha
Sobre a disputa salarial interna, o sindicato Verdi pediu que seus trabalhadores entrassem em greve por dois dias na semana passada. Paralisação se estendeu ontem (2) para mais um centro de distribuição.
O corpo de funcionários na Alemanha é o segundo maior, depois dos Estados Unidos: são nove mil funcionários permanentes, mais 14 mil sazonais. Os trabalhadores querem aumento de salário, de acordo com os acordos coletivos de trabalho dos correios e do varejo locais.
A Amazon rejeitou o pedido, argumentando que os funcionários dos armazéns são da área logística e não de correios ou varejo. Além disso, a varejista considera que eles recebem salário acima da média para os padrões do setor. De acordo com o sindicato, os trabalhadores do varejo do país tiveram 5,1% de aumento em duas etapas no ano passado, enquanto os empregados da Amazon receberam aumento médio de 2%.
Na semana passada, a líder do Verdi, Stefanie Nutzenberger, disse que a recusa da Amazon em falar sobre um acordo salarial mostra falta de respeito e desvalorização do desempenho de seus funcionários.