Não são apenas as empresas de tecnologias dos EUA, tais como Facebook e Google, que vem sofrendo pressão de órgãos antitruste. No último sábado (10), o Alibaba Group Holding recebeu uma multa de 18,2 bilhões de yuans, o equivalente a US$ 2,8 bilhões, por prática de monopólio, segundo o órgão concorrencial da China.
Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, a Administração Estatal da China para Regulação e Mercado impôs a pena após uma investigação que interpretou que o grupo co-fundado pelo bilionário Jack Ma impedia os comerciantes de vender produtos em plataformas e e-commerce rivais.
A multa imposta equivale a 4% das vendas do Alibaba na China em 2019 e, segundo a agência de notícia, supera a penalidade recorde anterior de US$ 975 milhões concedida à fabricante de chips americana Qualcomm (QCOM) em 2015.
A China tem apertado a atuação regulatória nos últimos meses. A prática já havia sido anunciada pelo presidente Xi Jinping como uma das prioridades no país para o ano de 2021. Em março, ele ordenou que as autoridades intensifiquem seus esforços para regulamentar empresas para manter a estabilidade social.
Empresa diz que cumprirá determinações
O Alibaba publicou uma carta aberta afirmando que a empresa cooperou com a investigação e aceitou a penalidade “com sinceridade” e que “garantirá o cumprimento das determinações”.
“O Alibaba não teria alcançado nosso crescimento sem uma regulamentação e serviços governamentais sólidos, e a supervisão crítica, tolerância e apoio de todos os nossos constituintes foram cruciais para nosso desenvolvimento. Por isso, estamos cheios de gratidão e respeito”, acrescentou. “Não nos esquece que a sociedade atual tem novas expectativas para as empresas de plataforma, pois devemos assumir mais responsabilidades como parte do desenvolvimento econômico e social do país.”
Outras empresas podem sofrer sanções
Os órgãos reguladores antitruste questionaram executivos da Tencent (TCEHY) e Pinduoduo (PDD), e puniram a Bytedance (proprietário da TikTok) e o Baidu por supostas práticas monopolistas em aquisições corporativas. Os órgãos também lançaram novas regras para reger operações em empresas de tecnologia.
No mês passado, a Tencent, que supostamente sofre uma investigação por conta de seu aplicativo WeChat, disse em um comunicado oficial que sua reunião com as reguladoras foi “voluntária”.
“A Tencent tem se reunido regularmente com os reguladores, e esta foi uma reunião regular (….) Discutimos uma ampla gama de tópicos, principalmente focados em fomentar a inovação e criar um ambiente saudável para a evolução da indústria. A Tencent sempre conduziu e continuará conduzindo nossas operações em conformidade com as leis e regulamentos relevantes.”
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