“Temos mais o que fazer do que beber e usar drogas”. Assim começa uma reportagem do jornal britânico The Guardian sobre a Geração Z.
De acordo com a matéria, jovens nascidos após os Millennials estão quebrando a ideia de que beber álcool é um rito de passagem entre a adolescência e a maturidade. Aquilo que já foi uma ferramenta de rebeldia e libertação é, hoje, apenas um empecilho nas juvenis motivações.
Segundo a revista PR Week, 83% dos GenZ consideram a saúde mental um fator tão importante quanto a saúde física (contra 47% das gerações Y e X). O consumo de álcool é tido como uma atividade arriscada, o que cria uma maior inclinação à moderação.
Geração Z: mais conservadora?
Isso significa que os jovens estão mais conservadores, então? Ao que tudo indica, não é este o caso.
Para Marina Roale, líder em pesquisa e conteúdo da Consumoteca e Embaixadora do IDENTIDADES, o fácil acesso à informação resultou em uma geração muito mais consciente dos próprios corpos e mentes. “Essa geração nova, pós-Millennial, que já nasceu com internet e já viu a repercussão dela na nossa vida, são muito preocupados com o futuro (…) Eles não estão atentando a essa coisa de “viver o hoje loucamente”, sem pensar na consequência; ele é um jovem que está muito preocupado com o futuro, preocupado em juntar dinheiro”, comenta.
A pesquisadora explica que as marcas estão precisando se reinventar para atingir essa demografia, uma vez que a fórmula que funcionava antes não funciona mais. “Estão tendo que trazer novas estratégias. A gente vê eles tentando parceria com conteúdos como Netflix, festivais de games e outros canais, porque é o jeito de chegar nesses jovens.”
Tecnologia como distração
De volta ao The Guardian, a matéria levanta outro ponto sobre o distanciamento do álcool na juventude: as gerações atuais tem muito mais com o que se distrair hoje em dia. Os jovens entrevistados pelo jornal citam as redes sociais e os videogames como distrações nativas dessas demografias.
As redes sociais, inclusive, também podem ser uma das justificativas que levam a Geração Z a ser mais cautelosa em seus atos, uma vez que não querem ser expostas na web de forma imprudente.
“Desde a tenra idade, eles sabem como são retratados online e offline, e se remediam de maneira mais cautelosa”, diz a futurologista Rhiannon McGregor ao jornal.
“Mas eles também têm mais consciência social e se consideram parte de uma comunidade global. É mais fácil se conectar a alguém na África ou na Ásia e compartilhar preocupações sobre as mudanças climáticas, por exemplo”.
Instagramar é a solução
De acordo com um estudo sobre as atitudes da Geração Z em relação ao álcool, pela Red Brick Road e a consultoria de pesquisa Opinium, 91% dos gerentes de bares afirmam que é importante que seus estabelecimentos ofereçam uma experiência exclusiva aos novos consumidores.
Isso significa que bares precisam superar as vantagens de beber em casa com os amigos ― e com a Netflix. Portanto, os gestores acreditam que o meio essencial para atrair clientes mais jovens aos bares é oferecer cenários ou serviços Instagramáveis.
Para isso, muitos estabelecimentos estão investindo em paredes ou instalações a fim de oferecer conteúdo relevante para que os clientes compartilhem em suas redes sociais, saindo, assim, de suas casas.