A partir de 2017, pessoas que quiserem alugar suas casas pelo Airbnb em Londres e Amsterdam terão um período máximo de dias por ano para fazê-lo. A partir disso, só com autorização formal.
Segundo o site de compartilhamento de imóveis, o limite em Londres passa a ser de 90 dias ao ano e, em Amsterdam, de 60. O limite será controlado automaticamente pelo próprio sistema do site, que passará a bloquear novos empréstimos nas contas dos proprietários a partir desses limites.
Para deixar terceiros usarem a casa a partir disso, será necessário possuir uma licença oficial das autoridades locais que formalize o uso misto da residência. As informações são do jornal britânico Financial Times.
As novas regras foram anunciadas pela companhia em um momento que sofre pressão de diversas cidades por conta de conflitos de interesses. Em Nova York, por exemplo, as autoridades já há algum tempo buscam alternativas, junto ao Airbnb, a problemas que ferem as leis locais, em especial a sublocação.
Em Londres, a medida foi um pleito tanto da prefeitura quando das gerências distritais, distribuídas por bairro, e de associações de moradores. Um dos maiores parques do Airbnb, Londres viu o site de compartilhamento crescer justamente em meio a um dos mais fortes picos nos alugueis, que, devido à alta procura, têm transformado a moradia na capital londrina um bem inacessível para muitos.
O entendimento é que os empréstimos constantes para viajantes estaria retirando ainda mais oferta de imóveis de um mercado já escasso para os alugueis de longo prazo. Segundo informações do jornal The Guardian, 23% dos quase 5 mil imóveis que o Airbnb tem disponbilizados na capital ficam ocupados por terceiros por períodos mais longos do que 90 dias ao ano, embora as leis locais exijam licenças para esse tipo de atividade.
Em Amsterdam, as razões para a mudança são semelhantes, e, além do bloqueio automático, o site na capital holandesa também passará a incluir canais para reclamação de vizinhos sobre barulho e outros problemas em imóveis alugados pormeio da plataforma.
Em comunicado em sua página londrina, emitido na quinta-feira (1/12), o Airbnb afirmou que estudos independentes mostram que a crise habitacional de Londres é resultado da ineficiência da cidade em construir mais habitações e que o impacto do compartilhamento do que já existe é irrisório.
“Nós sabemos que a vasta maioria dos anfitriões de Londres são pessoas regularizadas que compartilham suas casas para ajudá-las a bancar uma das cidades mais caras do mundo”, escreveu a companhia de São Francisco. “(Mas) Acreditamos firmemente que este passo irá construir uma Londres melhor para todos e já estamos trabalhando para implementar as novas medidas, que devem entrar em funcionamento na primaveira de 2017. Queremos ser bons parceiros de Londres e continuamos a assegurar que o compartilhamento de casas cresça com responsabilidade e sustentabilidade.”