Com um histórico de resultados negativos nos índices, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) não tinha boas perspectivas para 2016. No entanto, a entidade revisou a sua projeção de vendas do comércio varejista paulista deste ano, prevendo um período estável em relação ao ano anterior – já que o varejo pode esboçar uma recuperação já a partir de julho e, em agosto, a expectativa é que o mês feche com alta de 4% no faturamento real das empresas frente ao mesmo período do ano passado.
Apesar de ser o mês do Dia dos Pais, a entidade aponta que o crescimento nas vendas não será motivado pela data, pois as lojas de vestuário, tecidos e calçados, segmento preferido na hora da escolha dos presentes, devem apresentar queda de 5%.
Ao mesmo tempo em que nutre uma perspectiva de crescimento, a FecomercioSP analisa que o cenário segue bastante negativo para as principais variáveis relacionadas ao consumo: as taxas de juros estão altas, há pouca disposição das famílias para contrair dívidas, enquanto bancos e financeiras estão muito seletivos na concessão de empréstimos, restringindo a oferta de crédito. Além disso, o orçamento das famílias segue comprometido pelos altos preços dos bens de primeira necessidade, a renda real recuou e o desemprego aumentou significativamente desde o Dia dos Pais do ano passado.
Nesse contexto, os presentes de valor mais elevado, como eletrodomésticos e eletrônicos, por exemplo, devem perder espaço na lista dos mais vendidos, dando lugar a itens com preços menores, que comprometam menos o orçamento e não exijam financiamento.