Conhecidos na internet há algum tempo, os termos crowdsourcing e crowdfunding são mais do que ferramentas para viabilizar negócios e projetos. São ferramentas que resumem uma nova era: a era do crowd. “É o poder da multidão. Estamos na era da economia da abundância”, disse Marina Miranda, fundadora da Crowd Envisioning, que apresentou o panorama da economia da multidão durante o Conarec 2016 – Congresso Nacional das Relações Empresa-Cliente, que acontece nesta semana em São Paulo.
“O mundo está mudando de forma rápida e a multidão vem evoluindo desde o momento em que elas se conectaram”, afirma. Ela conta que a partir do momento que as pessoas passaram a ter e-mail, elas começaram a se conectar e a compartilhar informações, depois elas começaram a se conectar com outras pessoas e, em um passo maior na evolução da conexão, elas começaram a compartilhar diariamente, tanto informações, como pensamentos e ideias. “Agora, a conexão é compartilhar não apenas ideias, mas ativos. É uma evolução que estava acontecendo há muito tempo”.
A globalização, a conexão mobile, as gerações com aspirações diversas fazem com que a evolução da conexão e do peso da multidão nas decisões de toda uma Era ganhe força. É nesse contexto que crescem iniciativas que envolvem as pessoas, as multidões, como o crowdfunding e crowsourcing. Segundo Marina, o crowdfunding vai crescer 200% nos próximos anos.
Uma delas é a plataforma “Nós Vivemos o Amanhã”, que une pesquisas sobre o futuro, cujas projeções são validades pelas pessoas. Outro projeto é o Betacup, realizado em parceria com a Starbucks, para que as pessoas, juntas, criassem uma solução para os copos da marca.
E por que as pessoas querem fazer parte de iniciativas colaborativas? “Porque elas acreditam na causa”, afirma. “As pessoas não querem mais comprar, elas desejam usufruir as coisas e a multidão está por trás disso tudo”, diz. Pense nos negócios de sucesso atuais: o Uber é a maior empresa de táxi do mundo e não tem um carro sequer; o Airbnb é o maior hotel do mundo e não tem um quarto sequer; as informações disponíveis no Waze não são geradas pela empresa…tudo é alavancado por pessoas engajadas.
A partir dessas marcas e de iniciativas de crowd há lições que grandes marcas podem aprender para crescer: “Como aproveitar a credibilidade dos amigos e dos vizinhos para vender mais? As empresas precisam entender que o consumidor também é produtor, ele quer fazer parte da solução. Passamos de uma sociedade empregatícia para uma sociedade empreendedora. Como incluir os clientes nessa estratégia?”, afirma.