A gigante dos óculos Luxxotica considera o segmento como ?a Fórmula-1 do varejo?. No Brasil, seu potencial pode ser visto a partir de números grandiosos: 10,3 milhões de passageiros por mês, o equivalente a 60% do movimento do transporte aéreo regular nacional, passam pelos 60 aeroportos da Infraero.
Com uma movimentação três vezes superior à média dos shopping centers brasileiros (3,9 milhões de pessoas, segundo a Abrasce), os aeroportos do País vêm crescendo como alternativa de negócios para o varejo. ?O conceito de aeroshopping traz uma sinergia grande entre a experiência de compra em um shopping center e a experiência de consumo em um aeroporto. Buscamos oferecer espaços agradáveis e funcionais, com conforto e praticidade?, afirma Claiton Resende de Faria, Superintendente de Marketing Comercial da Infraero.
De acordo com o executivo, o varejo aeroportuário se beneficia do fato de que o aumento do fluxo de passageiros nos aeroportos e o aumento do mix comercial levam ao aumento do consumo. Por outro lado, a procura dos consumidores por produtos mais acessíveis em virtude da crise financeira e pelo aumento da presença das classes B2 e C nos aeroportos geram um novo perfil de consumo, não necessariamente dirigido por conveniência. ?Mais e mais consumidores têm ido aos aeroportos e encontrado opções de varejo, como parte de um universo de desejos dos clientes?, comenta Faria.
A rede de calçados e acessórios It Beach, com quase 50 lojas no Brasil, tem 23 pontos de venda em aeroportos em todas as regiões do País. ?Nosso sistema de franchising nasceu na própria Infraero, com lojas em três aeroportos?, comenta Frederico Escobar, diretor executivo da It Beach. ?Consideramos os aeroportos como o local ideal para o público ideal. Em algumas cidades, nossa única loja está no aeroporto, o que faz com que o consumidor vá até lá para comprar e gera fluxo?, conta o executivo.
Para Escobar, uma vantagem das lojas em aeroportos é a menor influência das sazonalidades. ?O fluxo de clientes nos aeroportos é relativamente constante ao longo do ano, o que ajuda a planejar a operação da loja e nos permite oferecer um padrão de atendimento?, diz. O atendimento nos aeroportos, por sinal, acaba tendo uma característica diferente das lojas convencionais. ?O consumidor tem pressa quando está no aeroporto. Assim, temos que ser mais assertivos no atendimento?, afirma.