Nos últimos anos muito se tem comentado sobre franquias e o crescimento impressionante de mais de dois dígitos anuais, criando para o mercado uma imagem de que franquia é uma garantia de sucesso tanto para a Franqueadora (detentora da marca e do método de produção/serviço) quanto para o Franqueado (terceiro independente que investe na aquisição do negócio franqueado e que vai operá-lo no dia a dia).
Tal imagem de sucesso garantido não deve ser levada adiante, pois, apesar das taxas de sucesso dos negócios em franquias serem amplamente superiores aos negócios independentes, cuja taxa de mortalidade no Brasil ainda é grande (apesar da queda nos últimos anos), existe mortalidade também em franquias.
A franquia tem alguns pilares de sucesso que precisam ser entendidos e respeitados, de maneira geral, independente de qual o tipo de negócio formatado, mas que traz, na sua definição, conceitos relevantes para qualquer empresário que pense em aderir ao sistema.
?É uma estratégia de expansão dos negócios que envolve a transferência de know-how e métodos de se fazer as coisas entre duas partes, a Franqueadora e o Franqueado, que constroem uma relação de longo prazo visando resultados sustentáveis e duradouros, além de se desenvolverem constantemente na busca de maior participação de mercado, de forma rentável e dentro de modelos de negócios em que o planejamento e a gestão estratégica são fundamentais para a consecução dos resultados esperados.? (fonte: Livro Gestão Estratégica do Franchising, 2ª edição Editora DVS, 2013).
Os principais pilares de um negócio em franquias são:
? Modelo de negócios: definição clara do que está sendo franqueado e suas expectativas financeiras de viabilidade; modelo de receitas e gastos para ambas as partes; a visão de longo prazo da empresa no que se refere ao formato; e adequação aos princípios legais do sistema de franquias;
? Padronização de processos e operação: se a franquia tem a replicabilidade como sua base, os processos de negócios precisam estar devidamente estruturados pela franqueadora para permitir mais acesso ao conteúdo pelos franqueados. Tem-se discutido muito sobre padronização, as constantes mudanças nos negócios exigidas pelo mercado e também sobre a necessidade de transferência desse know how, em vez somente de sua estruturação;
? Potencial de expansão do negócio: é a definição de cálculos e estimativas sobre quantas unidades e em que locais cabem as franquias, seu poder de atratividade dos investidores e o potencial de mercado (capilaridade);
? Perfil do franqueado: é importante que haja clareza sobre qual é o melhor perfil e requisitos para que os candidatos possam estar mais alinhados e a busca também seja mais efetiva e seletiva, proporcionando maiores chances de sucesso do negócio;
? Definição do papel das partes: ainda há muita confusão sobe quem faz o quê numa relação de franquias. Nesse estágio é importante deixar claro que desenvolver o negócio e pensar no horizonte de médio e longo prazo são responsabilidades do Franqueador, enquanto agir no curto prazo e no seu local de atuação, garantindo a execução com excelência dos planos da marca, são responsabilidades do Franqueado.
*Adir Ribeiro ([email protected]) é presidente e fundador da Praxis Business.
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