A intenção dos empresários do comércio da cidade de São Paulo de expandir o próprio negócio segue há 16 meses abaixo dos 100 pontos – que sinaliza a pouca disposição dos executivos em investir ou contratar funcionários. Na verdade, a pesquisa, realizada pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), mostrou que há intenção de demitir.
Em maio, 70,8% dos donos de empresas entrevistados dizem que pretendem demitir. Segundo a Federação a tendência para os próximos meses é de continuidade das demissões.
Estimativas da Federação mostram que quase 3 milhões de postos de trabalho formal deverão ser fechados em 2016 em todo o Brasil – o que irá aumentar a taxa de desemprego do País, que já está em 11%.
A intenção de demitir é parte da queda de expectativas de investimentos dos funcionários do comércio. Em maio, houve queda de 18,4%, em relação ao mesmo mês do ano anterior. O subíndice de Expectativas para Contratação de Funcionários apresentou recuo de 19,2% na mesma base comparativa.
Segundo a Federação, a deterioração da economia e o agravamento da crise política mostram que o momento está ruim para investir e impróprio para contratar. Isso explica o comportamento de demissões do varejo paulista, que já eliminou quase 72 mil postos de trabalho formal nos últimos 12 meses.
O Nível de Investimento das Empresas, que sinaliza se o empresário está ou não disposto a investir em novas instalações ou equipamentos, apresentou queda de 17,3% em maio, frente ao mesmo mês do ano passado.
“A mudança no governo e o anúncio de medidas para enfrentar os desequilíbrios econômicos, porém, podem ter efeito positivo na confiança dos agentes e estimular a retomada gradual dos investimentos”.
Para a FecomercioSP “aos poucos, a percepção otimista dos empresários deverá ser recuperada com o final do impasse em Brasília. Novas perspectivas vão se abrir se as novas diretrizes da economia tiverem respaldo político para sua implementação. De qualquer maneira, ainda segundo a FecomercioSP, não há como uma eventual recuperação modesta reverter, a curto prazo, todo o quadro de deterioração econômica em curso”, disse a Federação.