A empresa de pagamentos online PayPal lançou na última semana o portal PassPort para as micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras, que já representam 25% do PIB. A plataforma oferece guias para venda à países específicos e detalha os períodos de picos de vendas, feriados, hábitos culturais, logística de envio e de distribuição, câmbio, tarifas, impostos envolvidos nas transações e procedimentos de alfândega. No final do texto, confira sete pontos a se considerar se sua empresa quer começar a exportar seus produtos.
O diretor geral do PayPal da América Latina, Mário Mello, classificou como ?paradoxal? o fato de as MPEs serem tão representativas dentro do País e corresponderem a menos de 1% das exportações. De acordo com Mello, há uma grande oportunidades de fechar negócios lá fora. ?Até 2018, haverá 130 milhões de consumidores fazendo compras online em outros países, movimentando US$ 307 bilhões?, argumenta.
Para a vice-presidente de Soluções Globais do PayPal, Carey Kolaja, o problema é que os donos de pequenas empresas não sabem por onde começar para ingressar no mercado global. Em 2013, o comércio internacional representou aproximadamente 25 % do volume total de pagamentos do PayPal. ?Criamos o PassPort para auxiliar pequenas empresas a explorar as oportunidades de vendas globais da forma mais simples e integrada possível?, acrescenta.
Para a PayPal tornar-se um varejista global vai além de apenas explorar feriados de pico de vendas como o Black Friday, por exemplo. As empresas que usarem o PassPort terão acesso, por exemplo, aos tabus, tradições e tendências de cada país, como por exemplo, a Semana Dourada ? no Japão, a Click Frenzy ? na Austrália ou o Dia dos Solteiros, comemorado em 11 de novembro na China. Aqui no Brasil pouca gente conhece, mas essa data movimenta mais de US$ 10 bilhões de dólares em vendas.
Com 152 milhões de contas ativas, a PayPal processa 9 milhões de pagamentos online diariamente. Em 2013, foram movimentados U$180 bilhões de dólares em compras realizadas através do meio de pagamento. Até 2015, o objetivo da companhia é mais que dobrar esse valor. A companhia possui 5,5 milhões de contas ativas na América Latina e 2,8 milhões delas está no Brasil.
Guia do PayPal para empresas exportadoras
1) Financiamento
Diversas agências governamentais apoiam e financiam exportadores, por isso vale a pena pesquisar para obter todas as informações:
? International Trade Administration (órgão do governo norte-americano responsável para apoiar o comércio exterior)
? Trade Information Center (órgão do governo norte-americano que fornece informações sobre o comércio exterior)
? Small Business Administration ? Office of International Trade (departamento de comércio exterior do órgão do governo norte-americano para o apoio à pequena empresa)
2) Configuração
Quando se abre um negócio, existem também diversas maneiras de se criar um website que seja mais atraente aos consumidores no exterior:
? Destaque a capacidade de sua empresa em aceitar encomendas internacionais;
? Programe uma configuração que ofereça conteúdos em outras línguas;
? Liste os produtos na moeda local;
? Ofereça informações claras sobre o transporte, custos e países servidos.
3) Marketing e vendas
Amplie o marketing doméstico para uma audiência global, com o objetivo de atrair consumidores internacionais; reforce o website com ferramentas de pesquisa e comunicação direta com os gestores do negócio.
4) Pagamentos
O momento da efetivação de pagamento é quando as transações são mais abandonadas. Os consumidores precisam acreditar que o seu pagamento será tratado de forma segura. Desenvolva uma etapa de pagamento que seja fácil, em moeda familiar e oferecendo um método preferido por seu cliente.
5) Entrega
Os clientes potenciais querem ter a certeza de que as mercadorias pagas serão entregues, e de que possam ser facilmente devolvidas, caso ocorra qualquer imprevisto. Se as preocupações dos clientes são atendidas proativamente, os consumidores estarão mais dispostos a comprar. Com a política de Proteção ao Vendedor do PayPal, os negócios locais agora têm maiores níveis de proteção para blindá-los contra perdas nas transações.
6) Atendimento ao consumidor
O idioma pode ser uma barreira de atendimento ao cliente internacional, portanto, é fundamental criar um website que seja útil para os consumidores no exterior. Embora a maioria dos compradores entenda a língua inglesa, quando se configura o atendimento ao consumidor, é essencial considerar a tradução e localização do idioma. Tenha certeza de que as políticas de retorno/devolução sejam claras para transações internacionais.
7) Regulamentos
Compreender as regras internacionais relacionadas aos documentos aduaneiros, direitos e impostos é essencial para se ter um negócio no exterior. Todas as entregas devem passar pela alfândega, e a respectiva agência que regula os embarques que entram e saem do país ou da região.
Para auxiliar as autoridades aduaneiras a entender os conteúdos, valores, e propósito de embarques é necessário preencher certos formulários. Informações para formulários específicos dos Estados Unidos podem ser encontradas no site dos correios norte-americanos http://USPS.com ou visitando o site da Organização Mundial de Aduanas.
Direitos e impostos podem ser cobrados ao consumidor para determinados itens, e variam de acordo com o país. Os compradores que importam itens para o uso pessoal de alto valor (acima de US$ 200) geralmente devem pagar um imposto. (Já, no Brasil o imposto de produtos importados incide sobre todos os produtos).
Sendo assim, é importante assegurar que os consumidores compreendam as informações sobre pagamentos de tributos. O valor do imposto, se existir, depende do tipo de item e do seu valor. Alguns itens podem ser importados sem essa cobrança.
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