Nesta quinta-feira (4), as operadoras Claro, Vivo e TIM arremataram três lotes na faixa de 3,5 GHz (gigahertz), considerada a principal do leilão do 5G realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O leilão com as demais frequências deve terminar nesta sexta-feira (5).
De acordo com informações da Anatel, dentro da leilão da faixa de 3,5 GHz, os lances vencedores foram:
Lote B1 – vencedora Claro – R$ 338 milhões – ágio de 5,18%
Lote B2 – vencedora Vivo – R$ 420 milhões – ágio de 30,69%
Lote B3 – vencedora TIM – R$ 351 milhões – ágio de 9,22%
O edital ainda previa um quarto lote na faixa de 3,5 GHz, com abrangência nacional. No entanto, não houve empresa interessada.
Por que a faixa de 3,5GHZ é importante?
Especialistas em telecomunicações já apontavam o forte interesse das maiores empresas de telecomunicações no País pela faixa de 3,5GHZ. Mas você sabe o motivo?
O principal motivo é que a faixa é exclusiva para o 5G, com capacidade de transmissão de altíssima velocidade.
Além disso, a frequência é a mais usada no mundo para o 5G, segundo dados da Global Suppliers Association (GSA), entidade que reúne fornecedores de equipamentos para redes móveis. O espectro de Banda C ou que vai dos 3,3 GHz a 4,2 GHz (o que inclui os 3,5GHZ) é o mais licenciado no mundo para uso em redes 5G. O levantamento mostra que existem ao menos 172 operadoras, distribuídos em 72 países.
O espectro também é apontado como ideal ideal para atender áreas urbanas.
Mercado de smartphones
Para o consumidor, a expectativa agora é o início da operação comercial de pacotes 5G. De acordo com o edital, a venda começa em julho de 2022, porém especialistas ouvidos pela Consumidor Moderno apontam que dificilmente isso deverá ocorrer antes de setembro do próximo ano.
Outra ponto que o consumidor deverá ficar atento é pesquisar a aquisição de um novo aparelho de smartphone.
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O mesmo levantamento da GSA aponta que existem no mundo 117 smartphones compatíveis com tal espectro. E esse número não deve parar de crescer.
Outro estudo, desta vez feito pela Juniper Research, uma companhia do Reino Unido especializada em pesquisa e tendências do mercado de tecnologia, aponta que, até 2025, as vendas de smartphones 5G representarão 50% da receita de aparelhos.
De acordo com os dados fornecidos pela Juniper, o esperado é que, em 2021, a receita da venda de celulares 5G chegue a US$ 108 bilhões, com esse valor mais do que triplicando até 2025 e chegando, por fim, a US$ 337 bilhões.
No Brasil, já existem aparelhos à venda com a tecnologia, porém os valores andam bem salgados: eles não saem por menos de R$ 1,9 mil e pode chegar a pouco mais de R$ 13 mil em um modelo mais caro do iPhone 13.
Lembrando que a compra desse aparelho é fundamental para os consumidores que desejam contratar pacotes de 5G no próximo ano.
Aumento da concorrência
Uma boa notícia que surgiu nesse primeiro dia do leilão da Anatel é que o Brasil terá novamente uma quarta operadora de telecomunicações de abrangência nacional. Trata-se da a Winity II Telecom Ltda ou apenas Winity Telecom, ligado ao Fundo Pátria.
A empresa arrematou a frequência de 700 MHz por pouco mais de R$ 1,4 bi – R$ 1 a mais que o segundo colocado do certame. Das 15 empresas que disputam o leilão, apenas três ofereceram lance para o lote.
Outra nova operadora no país é a Brisanet, que levou o lote C4 do Nordeste de 3,5 GHz pelo valor de R$ 1,25 bilhão e ágio de 13.741,71% e o lote C5 por R$ 105 milhões.