Em um universo no qual os consumidores valorizam cada vez mais a experiência e menos o status, as marcas de luxo vêm enfrentando o grande desafio de continuar engajando e vendendo para um público que, até pouco tempo atrás, era fiel. Mas o que é desafio para as grifes, se tornou oportunidade para algumas empresas.
É o caso da @Cansei_Vendi, um marketplace de luxo que vende roupas, sapatos e acessórios seminovos de marcas como Louis Vuitton, Chanel, Burberry, em ótimo estado de conservação a preços até 80% menores. Todos os produtos, diz Leilane Sabatini, Renata Galanoni, passam por curadoria e aval de autenticidade. “Vendemos bolsas de até R$ 100 mil. Quando você atende alto luxo, precisa se preocupar com a experiência do cliente”, afirma a executiva.
Andressa Torquato, sócio fundadora do Guguta, concorda. O portal, que se descreve como “o maior guarda-roupas de festa do mundo”, vende peças para ocasiões especiais. A ideia surgiu de uma necessidade de sua fundadora, Andressa Torquato, que teve cinco casamentos com os mesmos convidados no intervalo de um mês. Hoje, o site disponibiliza diversos modelos tanto para venda como aluguel.
Funciona assim: o usuário escolhe a peça, aguarda a confirmação, paga com o seu cartão e combina, com a dona do vestido, detalhes como onde prová-lo, retirá-lo e devolvê-lo, assim como a possibilidade de ajustes. “Tivemos muito cuidado de mostrar para quem está alugando ou vendendo a importância daquele momento”, diz Andressa. No fim, diz ela, tudo o que o usuário quer é praticidade.
Outlet online
Com um crescimento de 20% ao ano no Brasil e 11 milhões de usuários ativos, o Privalia – outlet online de moda e lifestyle – nasceu na Espanha, em 2006, para aproximar marcas e consumidores. A marca usa o conceito de flash sale, deixando as campanhas no ar por cinco dias. Head of Branding and Comms da empresa, Léo Fazio afirmou que as peças são vendidas com descontos de 50% a 70% em média.
“Mostramos para as marcas que ela pode, com a nossa ajuda, resolver um problema de estoque”, diz Fazio. Se ele teme ser visto como concorrente das grandes marcas? A resposta é negativa. “Nossas pesquisas mostram que pessoas que não tinham acesso a determinadas marcas e as experimentaram pelo Privalia passaram a comprar e, inclusive, a pagar o preço cheio por peças de coleções novas nas lojas”, reforça.