Estudo revela que 83% dos endividados afirmam terem sido cobrados por seus credores por dívidas que os deixaram nome sujo. Desses, 56% quitaram seus débitos. Os dados são da pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz.
O levantamento foi feito como objetivo de identificar as estratégias de cobrança mais utilizadas pelas empresas para receberem seus pagamentos pendentes.
A análise por setores específicos mostrou que a taxa de sucesso aumenta entre as empresas de internet (70%) e escola ou faculdade (64%). Já as negociações que menos resultam em acordos são as referentes a cartão de crédito (43%).
O envio de carta é o mais frequente (31%) entre os meios utilizados para a comunicação com o consumidor. Outros meios mais frequentes são conversas por telefone (16%, ou 52% no caso de escolas ou faculdades), e o e-mail (16%, ou 51% na conta de TV por assinatura).
Quanto à postura do credor, 38% dos respondentes a consideram respeitosa. No entanto, 16% dos consumidores notam um comportamento frio por parte do profissional de cobrança, e 12% sentiram uma postura agressiva.
“Muitas vezes essa impressão negativa se deve ao número de contatos (média de 10) e aos fortes argumentos utilizados pelos credores na hora da cobrança?, explica o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.
De acordo com Vignoli, o argumento mais utilizado, em 37% dos casos, é a possibilidade do consumidor ficar com o nome sujo e inserido em cadastros de proteção ao crédito se a dívida não for paga. Outras estratégias usadas pelos cobradores e mencionadas na pesquisa são a possibilidade de protesto em cartório (19%) e, em último caso, a possibilidade do consumidor ser acionado judicialmente (17%).
Segundo a pesquisa, 84% dos consumidores que não quitaram sua pendência após o contato de cobrança tentaram negociar as dívidas. Os pedidos mais frequentes são por valores menores (62%), mudar o número de parcelas (10%). Ao aceitar uma proposta de negociação, os fatores de maior motivação são o valor da prestação (30%), a redução significativa do valor da dívida para pagamento parcelado (29%) e o desconto para pagamento à vista (21%).
A pesquisa indica que a cobrança é um momento desconfortável para o consumidor. Perguntados sobre como se sentem, 18% relataram constrangimento ao serem cobrados. Os sentimentos de humilhação, irritação e desrespeito tiveram o mesmo percentual de citações (6%).
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