É claro que o consumo consciente deve ser uma prática em qualquer situação, em qualquer tempo. Mas 2016 é um ano muito propício para iniciar essa mudança de comportamento, estabelecer novos hábitos e padrões, especialmente por conta dos reflexos da crise.
O desemprego alcançou sua maior taxa da série histórica (iniciada em 2012), chegando a 9% no trimestre encerrado em outubro de 2015, segundo o IBGE, somado à inflação alta. Essa mistura é poderosa e traz sérias consequências, como a diminuição substancial do poder de compra da população.
Imagine que a mesma coisa que se comprava antes com certa quantidade de dinheiro, hoje, já não se compra mais. Quando se consegue adquirir o produto ou serviço, a confiança do consumidor é abalada, pois não sabe se terá sua fonte de renda no próximo mês para honrar com os compromissos financeiros.
Isso pode se tornar um labirinto que custará muito caro até achar a saída. Há aspectos da economia que não temos controle, mas com o que temos ? das nossas finanças ? precisamos agir rápido e com disciplina, para nos prepararmos e conseguirmos passar pela situação difícil de maneira fortalecida.
É aí que entra a educação financeira e os conceitos de planejamento e consumo consciente. É nas grandes dificuldades que encontramos boas oportunidades. Que tal transformar esse período de turbulência em uma oportunidade de se reinventar, aprender e realizar?
Podemos começar com algo simples, evitando, por exemplo, compras por impulso e compulsividade. Veja algumas orientações:
*Antes de comprar qualquer produto, analise se essa compra não afetará seus compromissos financeiros futuros;
*Reflita se realmente necessita do produto nesse momento e o que ele irá agregar de valor à sua vida;
*Pesquise, pois você pode encontrar esse produto por um preço mais barato ou um similar mais em conta;
*Se for possível, deixe a compra para outro dia. Isso fará com que você avalie melhor a real importância dessa compra.
É importante ter em mente que uma compra impulsiva pode levar ao endividamento no cheque especial ou no cartão de crédito, o que sabemos que não é nada bom. Respeitar o padrão de vida é o grande segredo, caso contrário, o desejo imediatista se tornará a necessidade de abdicar de objetivos maiores amanhã.
Vamos mudar juntos?
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Reinaldo Domingos é educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.