Conhecido por criar empresas como PayPal, Tesla Motors e SpaceX, o bilionário Elon Musk acredita que é possível estarmos vivendo em uma espécie de simulação dentro de um computador. O argumento dele é de que, daqui a alguns milhares de anos, seremos capazes de criar bilhões de simulações virtuais que não poderão ser distinguidas da realidade. Segundo ele, ao considerar a existência de um único mundo real e bilhões de mundos falsos e indistinguíveis, é muito mais provável que a gente viva em um desses falsos mundos do que no real.
É difícil argumentar contra essa premissa. Será que é possível criar um mundo inteiro numa simulação de computador considerando-se que cada e toda formiga e folha de grama, por exemplo, deveria estar lá? Isso, sem falar dos micróbios e átomos que só podem ser vistos com a ajuda de um microscópio! Na verdade, já há uma simulação virtual próxima desse nível de detalhamento e que pode ser explorada por você.
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No jogo on-line Man’s Sky, por exemplo, é possível pousar em todos os tipos de planetas, desembarcar da nave e passear em seu entorno. Há nada menos do que 18 trilhões de planetas no jogo – cada um deles com sua própria geografia e biologia. Lá, você pode observar cada um dos animais passear, voar e nadar. Os detalhes não são completamente formados na simulação, mas são criados por funções pseudo-aleatórias sempre que um jogador se aproxima. ”Pseudo”, nesse caso, significa que toda vez que um jogador pousa em um determinado lugar, o mesmo planeta, o mesmo ambiente e os mesmos animais são gerados de acordo com as funções. Isso cria a ilusão de um universo completo, mesmo que ele deixe de existir no momento em que você olha para o outro lado. Uma simulação realista do mundo em computador provavelmente funcionaria dessa forma.
Mas teria nossa vida menos sentido se estivéssemos vivendo em uma simulação? Se escolhêssemos acreditar nela, criaríamos significados fora do mundo e da cultura onde estamos inseridos. Vamos supor que a humanidade, daqui a centenas ou milhares de anos, resolva o mistério da morte e todos possam viver eternamente. Logo, teríamos muito mais pessoas vivendo em um planeta já lotado, ainda que colonizássemos outros mundos ou construíssemos cidades no espaço.
Também não é certo que todos os corpos estariam preparados para a vida eterna. Mas tal civilização poderia testar se os indivíduos estão prontos para ela deixando-os viver uma longevidade limitada com todos os seus altos e baixos em uma simulação de computador. O fato de um indivíduo morrer nessa simulação determinaria se ele ganhou vida eterna no mundo real e, nesse caso, se a sua consciência será ou não transferida para um corpo físico real. É possível que você viva nessa simulação e, se viver, deveria considerar qual critério deve ser usado para determinar se você é ou não digno de viver eternamente.