O mundo dos automóveis está em festa! Hoje (20) é o dia nacional do Fusca, um ícone de consumo adorado pelo ex-presidente Itamar Franco, pelo cozinheiro Olivier Anquier, o ator Wagner Mouro e outros 21 milhões de consumidores ao redor do mundo que compraram o carro.
Para celebrar a data, a Consumidor Moderno bateu um papo com um desses amantes do Fusca, talvez o mais maluco deles. Seu nome é Natanael de Sena Silva, publicitário e viajante e criador do site Vai de Fusca.
Ele e o pai, Francisco Gomes, ficaram conhecidos pela viagem em diversos países a bordo de um fusquinha. Ou seja, Natanael tem autoridade para falar do assunto. Veja o que ele falou sobre o futuro desse ícone do consumo.
Consumidor Moderno – Por que o fusca?
Natanael de Sena Silva – Quando lançaram o Fusca no Brasil lá pelos anos 1950 (mais precisamente 1959), era carro inovador. Ele foi criado para uma finalidade e foi usado para outra. Além disso, ele trouxe curvas em uma época em que o carro era quadrado e grande. Ele quebrou uma série de conceitos e rapidamente ganhou popularidade. Mais do que isso, o amor pelo veículo passou de pai para filho. Eu, você e qualquer outra pessoa tem um parente ou conhece alguém que teve um Fusca. Ele se tornou um ícone porque foi carro feito para o povo.
CM – Além das questões sentimentais e estéticas, quais fatores técnicos impulsionaram o sucesso do Fusca?
Natanael – A motorização do Fusca é extremamente simples. O pessoal brinca que com um alicate e barbante você arruma o carro. Uma vez eu fiz uma viagem e dirigia por uma estrada há três mil metros de altura. De repente, entupiu uma peça do carburador. O que eu fiz? Achei um pedaço de madeira no chão, limpei a peça e segui em frente na viagem. Além disso, tem muitas histórias de correia do motor que estoura e a pessoa substitui por cadarço de sapato. O carro possui uma mecânica simples e barata.
CM – Mas será que tanto amor por um carro não pode morrer em breve? Explico: as novas gerações de consumidores estão “desapegando” dos veículos e temos ainda o nascimento dos carros autônomos. O amor pelo Fusca está perto do fim?
Natanael – Eu acredito que vai acontecer o inverso. De fato, as novas gerações estão abandonando produtos com custo fixo alto. Há um movimento para se desfazer do carro. Isso vai acontecer. Mas penso que teremos um movimento de dirigir um veículo por prazer, normalmente por fim de semana. Hoje, o fusquinha não é meio de transporte. Hoje, compra-se o Fusca como se fosse um brinquedo, pois é isso o que é: ele é lazer, um entretenimento para a família. Além disso, estamos falando de um carro de coleção barato perto de outros clássicos. O Fusquinha terá o seu espaço no futuro também.