A Serasa Experian realizou um estudo com varejistas e descobriu que, com uma boa gestão e análise de crédito, essas empresas podem aumentar em segurança os limites dos cartões de seus clientes, adicionando até R$ 200 milhões em crédito disponível. Segundo a empresa de datatech, a medida amplia o potencial de compra dos clientes e impulsiona as vendas sem elevar os riscos de inadimplência.
O estudo foi realizado com base em uma análise customizada da carteira de quatro grandes players do varejo, combinando dados exclusivos e de mercado com a inteligência analítica da Serasa Experian.
Gestão customizada para readequar limites
Pedro Braga, diretor de Decisioning e Advanced Analytics da Serasa Experian, explica que entender o perfil, o risco e o potencial de compra de cada cliente é fundamental para readequar limites de crédito de forma personalizada.
“Isso permite uma avaliação de risco mais acurada dividindo os clientes em três grupos: os que precisam ter o limite reduzido, pois apresentam risco de inadimplência; os que podem ter o crédito aumentado, pois tem potencial de compra com baixo risco; e os que estão com o limite adequado”, destaca.
Essa segmentação oferece uma visão clara dos CPFs que demandam ajustes de crédito ou acompanhamento mais próximo para evitar atrasos e inadimplência. Segundo Braga, ao mesmo tempo, varejistas conseguem ter visibilidade sobre os CPFs que apresentam maior risco e precisam de adequação da oferta ou uma estratégia de acompanhamento mais próximo para não se tornarem inadimplentes.
O estudo também identificou uma parcela da base de clientes que apresenta maior risco de inadimplência. Para esse grupo, a análise sugere a redução de 25% dos limites de crédito, diminuindo a concessão total de R$ 235 milhões para R$ 175 milhões. Isso representa uma redução de R$ 60 milhões, o que na análise do Serasa Experian protegeria os varejistas contra perdas futuras.
Cartões bandeirados e private label
O estudo também analisou dois tipos de cartões comuns no varejo: bandeirados (cartões convencionais VISA, Mastecard) e private label (cartões exclusivos para uso dentro da loja ou rede de lojas do varejista).
O relatório aponta que os cartões bandeirados, possuem potencial de aumento de crédito de 63%, passando de R$ 179 milhões para R$ 292 milhões, um incremento de R$ 113 milhões.
Nos casos de risco de inadimplência, a redução recomendada é de 25%, caindo de R$ 65 milhões para R$ 49 milhões, aproximadamente R$ 16 milhões.
Já cartões private label, possuem potencial de aumento de crédito de 46%, elevando os limites de R$ 159 milhões para R$ 232 milhões, um incremento de R$ 73 milhões. Entre os clientes com risco de inadimplência, a redução é de 25%, levando os limites de R$ 170 milhões para R$ 126 milhões, uma queda de R$ 43 milhões.
Automação dos processos
Pedro Braga reforça a importância de uma política robusta de concessão e manutenção de crédito, baseada na análise do perfil da carteira e na combinação do histórico do cliente com dados de mercado.
“Nosso objetivo é apoiar nossos clientes com inteligência analítica e automação ponta a ponta dos processos de análise para reduzir seus riscos, ampliar suas oportunidades e trazer agilidade e eficiência para as decisões de negócio. E é possível ainda, por exemplo, realizar ofertas personalizadas para novas vendas e vendas cruzadas para os consumidores que já fazem parte da base de clientes, reduzindo o custo operacional das empresas”, finaliza.