Há uma corrente grande de pessoas que contesta a existência do aquecimento global ou das mudanças climáticas no mundo. Para muitos destes, isso seria uma invenção dos cientistas para uso político.
Enquanto eles discutem, o fato é que os efeitos das mudanças climáticas avançam. E mais: custam caro. Em 2016, só as seguradoras tiveram que desembolsar US$ 50 bilhões para cobrir danos causados por desastres naturais. E isso é só uma fração dos prejuízos totais.
Em 2016, danos causados por terremotos, enchentes, tempestades, furacões, secas e outros somaram uma conta de US$ 175 bilhões, segundo estimativas da companhia de resseguros Munich Re. É o maior prejuízo desde 2012.
Para se ter uma ideia, o valor equivale ao PIB inteiro de países do porte da Nova Zelândia e o Peru, ou então ao de alguns dos estados mais ricos do Brasil, como Minas Gerais e Rio de Janeiro
Além disso, a frequência dos desastres em 2016 ficou consideravelmente acima da média. Segundo a Munich Re, foram 790 incidentes relevantes no ano, para um média anual que foi de 590 na última década. A conta também saiu mais cara. A média dos últimos dez anos, já ajustada pela inflação, foi de US$ 154 bilhões de perdas ao ano, 13% menos do que o registrado em 2016.
Os especialistas destacam a situação especialmente frágil dos países emergentes, onde a quantidade de bens e locais segurados é consideravelmente menor do que nos desenvolvidos. Na Europa, por exemplo, 53% do valor dos desastres foi coberto por seguros, e 25% nos Estados Unidos. Na China, o valor segurado é apenas 2% do total.
Os desastres mais custosos do ano passado vieram da Ásia. Dois terremotos em sequência na ilha de Kyushu, no Japão (US$ 31 bilhões) e uma série de enchentes na China em junho e julho (US$ 20 bilhões) responderam sozinhos por um terço dos prejuízos do ano.
O maiores desastres da história
Apesar dos números preocupantes de 2016, os desastres mais custosos de que se tem notícia ainda estão no passado. Com 15 mil mortos, uma usina nuclear quase destruída e US$ 210 bilhões em perdas, o tsunami que devastou o Japão em 2011 segue até hoje o pior desastre ambiental desde 1980, segundo o ranking da Munich Re.
O mais letal, por outro lado, aconteceu na China em 2005, com 84 mil mortos em um terremoto. Da lista de dez, oito aconteceram depois dos anos 2000.
Veja a lista dos 10 acidentes mais custosos desde 1980:
1. Tsunami, terremoto – Japão
Data: mar/2011. Prejuízo: US$ 210 milhões. Mortes: 15.880
2. Furacão Katrina – Estados Unidos
Data: ago/2015. Prejuízo: US$ 125 bilhões. Mortes: 1.720
3. Terremoto – Japão
Data: jan/1995. Prejuízo: US$ 100 bilhões. Mortes: 6.430
4. Terremoto – China
Data: mai/2005. Prejuízo: US$ 85 bilhões. Mortes: 84.000
5. Furacão Sandy – Bahamas, Cuba, República Dominicana, Haiti, Jamaica, Porto Rico,, Estados Unidos e Canadá
Data: out/2012. Prejuízo: US$ 68,5 bilhões. Mortes: 210
6. Terremoto – Estados Unidos
Data: jan/1994. Prejuízo: US$ 44 bilhões. Mortes: 61
7. Enchentes, deslizamentos – Tailândia
Data: nov/2011. Prejuízo: US$ 43 bilhões. Mortes: 813
8. Furacão Ike – Estados Unidos, Cuba, Haiti, Ilhas Turcas e Caicos, República Dominicana e Bahamas
Data: set/2008. Prejuízo: 38 US$ bilhões. Mortes: 170
9. Terremoto, tsunami – Chile
Data: fez/2010. Prejuízo: US$ 30 bilhões. Mortes: 520
10. Terremoto – Japão
Data: out/2004. Prejuízo: US$ 28 bilhões. Mortes: 46