O consumidor que está sem dinheiro, ou mesmo endividado, acaba não racionalizando na hora de agir e conseguir um dinheiro mais rapidamente. Mas é importante analisar com calma todas as possibilidades disponíveis, para não cair em uma roubada.
A famosa “troca com troco”, por exemplo, é apontada como uma ótima solução para quem precisa de dinheiro rápido com juros abaixo do que são oferecidos nos bancos. A Proteste Associação de Consumidores constatou que, na prática, ocorre uma troca de dívidas, já que o consumidor acaba por assumir o financiamento de um novo carro.
O ideal, segundo a apuração da Associação, é quitar dívidas sem criar novas, ou seja, vender o carro e pagar as contas. A alternativa para quem não pode abrir mão do veículo de forma alguma e precisa sair do vermelho é vender o carro para particular, quitar a dívida e reservar uma parte para dar entrada no financiamento de outro.
Para checar se a operação seria vantajosa, a Proteste foi, anonimamente, a quatro concessionárias e a duas revendedoras com a proposta de vender o carro e trocar por outro mais barato. A ideia era não assumir nenhum financiamento e ainda sair com um troco. Mas não foi o que ocorreu. O carro foi avaliado abaixo do mercado e não seria possível a troca por um mais em conta. Ou seja, de qualquer forma teríamos que financiar o novo carro. Assim, a Associação simulou a troca por um carro zero nas concessionárias e pelo modelo mais barato disponível nas revendedoras, com a intenção de ter um troco de pelo menos R$ 10 mil.
O carro oferecido foi um Volkswagen Up Take Flex 1.0, quatro portas, ano 2014/2015, completo e com 30 mil quilômetros rodados, cujo valor de mercado é R$ 28.095, segundo a tabela Fipe – de responsabilidade da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas e referência do mercado. O veículo foi subavaliado em todas as lojas. Ou seja, a venda para particular ainda é mais vantajosa.
Ou seja, a “troca com troco” só é vantajosa mesmo para o comerciante, que compra um carro por um valor bem abaixo do mercado e ainda ganha sobre a venda de dois veículos: o que você vai adquirir e o que você vai deixar para a troca, que será revendido. Então, quem está em dificuldade para saldar uma conta, deve pensar duas vezes antes de se deixar seduzir pela oferta.
A PROTESTE tem dicas para quem ainda assim preferir optar pela “troca com troco” por conta do valor mais baixo do Custo Efetivo Total (CET) do financiamento (em média 33% ao ano) do que o para empréstimo pessoal (em média 150% ao ano). Não feche negócio logo na primeira proposta que receber. Visite várias lojas, faça um levantamento de preços e compare. Consulte a tabela Fipe antes de negociar. Ela é a melhor referência de preços de automóveis. Avalie bem o estado do veículo a ser comprado, testando seus principais itens antes de concluir a transação. Tente vender para particular, para não ter seu carro subavaliado em lojas. Entre sempre em contato com a PROTESTE, antes de fechar o negócio, para ter ajuda no processo de decisão.