O TikTok possui atualmente cerca de 1,59 bilhão de inscritos. Desse total, 1,12 bilhão dos usuários são ativos mensalmente, segundo dados recentes da eMarketer, empresa de pesquisa de mercado sobre tendências de marketing digital, mídia e comércio.
A maior parte dos usuários do TikTok está na faixa etária de 18 a 24 anos, representando 37,3% da base total, o que equivale a cerca de 419 milhões de pessoas. A segunda maior faixa é composta por usuários entre 25 e 34 anos, que representam 32,9%, da base — aproximadamente, 354 milhões de pessoas.
Os usuários passam, em média, 34 horas por mês na plataforma, com sessões de aproximadamente 11 minutos cada, e abrindo o aplicativo cerca de 19 vezes por dia. Esse nível de engajamento é significativamente maior em comparação com outras redes sociais.
Agora, com o anúncio da chegada do TikTok Shop ao Brasil para maio de 2025, a poderosa rede social promete transformar o mercado nacional. O país é um dos principais mercados do TikTok, com mais de 111 milhões de usuários ativos. Com projeções do Santander, a novidade promete movimentar até R$ 39 bilhões até 2028, representando de 5% a 9% do e-commerce brasileiro e colocando a plataforma entre os cinco maiores players do setor.
Um novo capítulo do e-commerce brasileiro
Com um volume tão alto de usuários e interação, que agora une conteúdo e compra em uma experiência totalmente integrada, o TikTok Shop já está sendo considerado como um novo capítulo do e-commerce.
Para Rafael Kiso, fundador e CMO da mLabs, plataforma de gestão de mídias sociais, a solução traz uma experiência muito mais fluida e impulsiva, que une entretenimento com conversão. “O TikTok Shop elimina atritos na jornada de compra. O usuário vê um vídeo ou uma live, se interessa pelo produto e compra ali mesmo, sem sair do app”. Dados do Santander e Itaú BBA também mostram que esse processo pode levar menos de 7 minutos.
“É a combinação perfeita entre impulso e conveniência”, pontua Rafael.
Ecossistema em transformação
Rafale Kiso detalha as oportunidades para diferentes atores com o TikTok Shop:
- Marcas: “É uma corrida para ocupar esse novo território e construir autoridade o quanto antes. Quem chegar primeiro pode se posicionar como referência na plataforma.”
- Agências: “Também ganharão relevância, principalmente ajudando marcas a recrutarem vendedores com carisma para fazer lives e a produzirem conteúdo adaptado ao formato vertical, rápido, direto, que funciona bem no TikTok. Na China há agências especializadas somente para isto.”
- Influenciadores: “Abre-se uma nova via de monetização com comissões por vendas em tempo real. Ou seja, não é só sobre alcance, é sobre impacto direto em vendas.”
A novidade vem para solidificar a promessa do “live commerce”, promovendo de forma ágil muito mais engajamento do que outras plataformas online com varejo ao vivo. Rafael Kiso explica: “O TikTok Shop pode rivalizar com Mercado Livre e Shoppe, por exemplo, que tentam o live shopping, mas não têm a fusão orgânica entre mídia social e varejo. O Instagram, por outro lado, insiste em levar o usuário para fora do app — justamente quando a rejeição a anúncios no feed só aumenta”.
Para o especialista, o TikTok não está apenas entrando no e-commerce, “está reescrevendo as regras” ao unir descoberta, entretenimento e transação em um só lugar.
“A questão é: quem vai dominar essa nova lógica primeiro?”, provoca Rafael Kiso.