A transformação digital chegou com força no mercado financeiro. Nos últimos anos os bancos digitais e fintechs ganharam espaço no setor com ajuda regulatória do Banco Central, e, em 2020, o Pix, meio de pagamento instantâneo altamente tecnológico, começou a funcionar. Com um consumidor cada vez mais digital, foram movimentados R$ 83,4 bilhões no primeiro mês de funcionamento pleno da ferramenta.
Para acompanhar o avanço e garantir uma boa experiência para os clientes, os bancos brasileiros estão cada vez mais investindo em infraestrutura, tecnologia e segurança. Em 2021, a manutenção dos investimentos expressivos em tecnologia bancária de ponta, como inteligência artificial, analytics e cibersegurança, devem trazer mais produtos e soluções inovadoras.
“O setor bancário brasileiro investe anualmente cerca de R$ 24,6 bilhões em tecnologia para fazer frente às inovações e manter de pé uma estrutura que atenda a milhares de brasileiros. Iremos continuar ajudando o cliente na inclusão digital que lhe permita ter acesso a serviços com maior valor agregado, mais eficiência e redução de custos”, afirma Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.
Confira quais são os principais destaques da agenda tecnológica bancária para este ano.
Novas funcionalidades do Pix
A facilidade de transferir e receber dinheiro em alguns segundos, todos os dias da semana, a qualquer horário e sem pagar taxas por isso foi muito bem aceita pelos brasileiros. E em 2021 o Pix ganhará outras funcionalidades. O Pix Cobrança, que começa a funcionar em março, deve impulsionar as transações entre pessoas e empresas ao permitir que lojistas, varejistas e prestadores de serviço criem QR Codes impressos para receberem pagamentos. Será permitido fazer cobrança com vencimentos em datas futuras, incluir cálculos de juros, multas e descontos em pagamentos.
Outra novidade, prevista para o segundo trimestre, é o Saque Pix. Com ele será possível fazer uma transferência pelo sistema de pagamento para estabelecimentos cadastrados e sacar a quantia em dinheiro neles. O Pix Garantido, que permitirá fazer transações como se fossem compras parceladas, também está nos planos.
Implementação do Open Banking
As quatros fases de implementação do Open Banking, sistema que cria novos modelos de negócios com o uso de APIs (interfaces de programação de aplicações), estão marcadas para 2021. Com isso, o cliente será dono de seus dados financeiros, podendo compartilhá-los com terceiros para obter produtos ou serviços financeiros.
“O Open Banking trará maior conveniência e uma melhor experiência do cliente. Também tende a intensificar as ofertas de valor para os clientes, com novos produtos e serviços”, afirma Leonardo Vilain, diretor de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da FEBRABAN.
IA e Analytics
A Inteligência Artificial tem aproximado os bancos dos clientes ao permitir que o atendimento fique cada vez mais personalizado e rápido. Investimentos em chatbots e assistentes virtuais devem ser os principais nesse sentido. Esses robôs, ao cruzar dados, são capazes de tirar dúvidas e até sugerir investimentos.
A tecnologia também se faz importa em áreas de backoffice no reconhecimento de imagens, assinaturas em cheques e modelos de risco de crédito, e em áreas jurídica e de RH. Ao combiná-la com o analytics, é possível interpretar informações e gerar KPIs robustos. Não à toa o investimento é pesado.
Segurança da informação
Com o aumento da conectividade, mais golpes cibernéticos passaram a ser registrados. Quando se trata de serviços financeiros, todo cuidado é pouco. Os bancos brasileiros investem anualmente cerca de R$ 2 bilhões em sistemas TI voltados para segurança, afinal, ter a confiança do cliente é um ponto muito importante.
A atenção para desenvolvimento e implementação de novas soluções e tecnologias seguras, além da manutenção de equipes que identificam situações divergentes do comportamento habitual do cliente estarão no foco do setor.
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