A plenária ?’Xô, crise! As lições de lideranças visionárias e inovadoras para surfar na crise?’ encerrou ontem o Conarec e coroou o sucesso do evento. Sob a mediação do apresentador, radialista, ator e diretor Dan Stulbach, executivos de grandes empresas mostraram como, apesar de tudo, o momento pede otimismo e os resultados podem ser positivos.
“?Não podemos esquecer que a crise é passageira. A empresa tem que continuar?”, opinou Flávio Rocha, presidente das Lojas Riachuelo. A marca se reinventou ao trazer para o Brasil o conceito de Fast Fashion e promover a inclusão de milhões de pessoas no mundo da moda. “?Acreditamos que a moda toca a vida das pessoas, desabrocha a autoestima, mas era restrita a um grupo com alta renda. A Riachuelo apostou na classe C quando estava para pedir concordata. Se verticalizou, para baratear custos, e virou a mesa?”, revela Rocha.
Para Amos Genish, presidente da Telefônica Vivo, “a economia brasileira é muito mais resiliente do que pensávamos. ?Claro que é um momento problemático, mas sem dúvida também é uma oportunidade. A China tem 20% dos problemas do Brasil e parece o fim do mundo para eles?”, afirma o executivo, apontando que não enfrentamos colapso total de sistemas, empresas ainda estão crescendo, novos negócios chegam. A própria Telefônica Vivo, segundo ele, tem previsão para investir ainda mais em 2016, para conquistar Marketshare. ?”Não podemos deixar a crise dominar a agenda da empresa. Isso pode ser problemático para o espírito da empresa?”, diz.
“?Quero confidenciar um segredo: a Cielo tomou a decisão que não vai participar da crise”?, brinca Rômulo de Mello Dias, presidente da Cielo. Claro que a empresa reconhece o momento em que o país se encontra. Dias classifica como ingenuidade não reconhecer a crise, mas é importante não seguir os pessimistas. “?Há coisas que não dependem do governo, mas dependem de nós. Nesse meio tempo, tem um dia a dia para tocar na empresa. Se você ficar chorando, enquanto isso terá gente vendendo lenço. Tem que diferenciar, e sobretudo ter gente com paixão e vontade de fazer acontecer?”, aconselha.
O COO da Contax, Giulio Salomone, vê a crise como oportunidade para transformar a empresa, dar um serviço melhor ao cliente. “?Podemos investir em nosso cliente e, sobretudo, nos funcionários, que são quem fazem a diferença. O Brasil é um país jovem, de oportunidade, como nossos funcionários. Somos geradores de primeiro emprego e acreditamos na formação desses jovens para dar serviço melhor aos clientes e ser mais competitivos?”, opina.
José Efromovich, presidente da Avianca Brasil, explicou como o setor aéreo não tem como dimensionar a empresa para a crise, pois são investimentos de longo prazo. ?O que define nosso crescimento é a compra de novas aeronaves. “Estamos substituindo oito aviões de 100 passageiros por outros de 162. Isso já significa crescimento de 15%, mesmo em ano de crise. Fomos obrigados a crescer, pois planejamos isso há quatro anos. Como fechamos parceria com Star Alliance, teremos alguns passageiros que preencherão esses lugares a mais. Estamos de olhos abertos, pois oportunidades aparecem”?, pondera o executivo. ?”Existem os conformistas e os pessimistas. Na área em que atuamos, o otimista inventou o avião e o pessimista inventou o paraquedas”, conclui Efromovich.
Por fim, o diretor-geral de comunicação da Rede Globo, Sérgio Valente, arrancou gargalhadas da plateia ao comentar como, diante de uma bancada de empresas tão bem sucedidas, ele gostaria de ser o próximo milionário. E aproveitou para pontuar três questões: a primeira é que as empresas devem descobrir qual é a sua crise, o que as atravanca. A segunda é que toda crise faz nascer um milionário novo. E a terceira é que todos os dias as empresas devem derrotar a si mesmas. Para ele, o Brasil está se desenvolvendo de forma muito intensa, não apenas pela iniciativa do governo. ?”O que vemos é um país crescendo porque pessoas querem crescer. É inegável que temos um país surgindo, o país das minhas filhas será melhor que o meu. Descubra a sua verdade, seja feliz com o que você faz e comunique isso?”, diz, apontando o que considera a receita do sucesso.
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O que: Congresso Nacional das Relações Empresa-Cliente (Conarec)
Quando: 13 e 14 de setembro
Onde: Hotel Transamérica
Realização: Grupo Padrão, Revista Consumidor Moderno
Mais informações: www.conarec.com.br ou pelo telefone 3125-2215