Como será o futuro? No primeiro dia de Conarec, reuniram-se no palco algumas pessoas que entendem sobre a ciência que estuda o amanhã e sobre o comportamento daqueles que coordenarão o amanhã. Para mediar o painel, foi convidado Peter Kronstrom, associated partner & Head do CIFS LATAM.
Logo no início do debate, Isabela de Albuquerque, especialista em Estratégia e Inteligência de Mercado do Grupo Marista cita uma frase de Sócrates que parece falar sobre uma geração atual, com críticas que são feitas hoje. Isso leva ao seguinte questionamento: a juventude sempre foi a mesma?
Tentando compreender alguns aspectos sobre esse público, Fabio Viviurka Correia, especialista em Estratégia e Inteligência de Mercado do Grupo Marista, ficou um ano observando alunos: assistiu a aulas, frequentou as pistas de skate, o pátio, fez acampamentos. Hoje, entende que dúvidas e crises da juventude são permanentes: questões de sexualidade, carreira, comportamento.
Nesse processo, ele identificou três pontos relevantes:
1. O afeto é indispensável.
2. A transcendência é fundamental para os jovens – todos sabem que eles vivem numa bolha e eles querem sair disso, conhecer mais sobre o outro e também sobre o que é de fato transcendente, místico.
3. Prototipagem é importante. É preciso compreender que muita coisa ainda é mistério, não é conhecido.
Com esses insights, o Grupo Marista percebeu que era fundamental investir em uma formação para vida, que inclui os temas “educação financeira”, “como entender seus pais” e “como ter relacionamentos saudáveis”. Ao mesmo tempo, foram feitos cursos para os pais. “A dimensão futurística para mim, é a inteligência emocional, ética. É preciso ensinar aos alunos que eles não vão vencer sempre. Precisamos preparar os adolescentes para as frustrações da vida”, diz.
Tecnologia
Questionado sobre o tema, Jesper Rhode, Speaker e Facilitador da Hyper Island, comenta que é difícil falar sobre o futuro da tecnologia. Mas, ele dá um exemplo prático perguntando à plateia se alguém gostaria de ter um chefe que é robô. Poucos levantam as mãos, respondendo que sim. Porém, no Uber, por exemplo, isso já acontece: quem dá ordens é o algoritmo.
Além disso, ele sugere que é ideal deixas as atividades eficientes para maquinas – porque humanos não são eficientes por natureza, uma vez que aprender por meio de experiências de tentativa e erro. Isabella, por sua vez, argumenta que uma de suas maiores preocupações é que, com robôs, a educação vai ficar mais cara e mais concentrada, ampliando a desigualdade social.