No último final de semana, depois de uma imersão no varejo provocada pela cobertura do ótimo evento BR Week (realizado pelo Grupo Padrão, que edita NOVAREJO), resolvi mudar a maneira de fazer compras de supermercado. Isso porque assisti a diversas palestras nas quais foram apresentadas tecnologias em que o setor vem investindo para melhor atender ao consumidor.
Vale dizer que o Varejo não é minha área. Eu conhecia alguma coisa de quando trabalhei com o setor têxtil, mais um pouco da minha experiência como consumidora, mas para aprender com o ponto de vista do varejista foi minha estreia. E o que eu vi me deixou empolgada – como consumidora, principalmente. Bem… estou explicando tudo isso para dizer que resolvi viver minhas descobertas na prática.
Preciso contar que estou no meio de uma mudança de vida e, por isso, me tornei uma sem-carro, sozinha em casa. De modo que fazer compras de supermercado era uma ideia que estava me deixando meio desconfortável.
Aqui, preciso revelar um segredo. Não é com orgulho que eu admito, mas eu sou uma verdadeira gastona. Tão gastona que eu A-DO-RO fazer compras de supermercado. Me divirto horas pesquisando preços e marcas novas, pensando receitas e comprando os ingredientes certos para cada uma delas.
Então, vamos à prática. Depois de tanto ouvir falar sobre varejo moderno, resolvi experimentar nesse sentido: decidi fazer compras online. Pelo menos de produtos de limpeza. Eu ia fazer a cada semana em um lugar diferente. Começando hoje. No entanto, como eu não sabia direito como funcionava “o esquema”, então resolvi pesquisar em vários sites ao mesmo tempo, o mesmo produto, para ver qual ficava mais barato, qual oferecia melhor condição de frete e coisas assim.
Vamos lá: no site do Sonda, desisti já no cadastro. O campo telefone fixo é obrigatório – e não aceitou meu celular no lugar. Como assim, em pleno 2016 eu sou obrigada a ter um telefone fixo? Não tenho e não quero ter. Desisti de pesquisar. E olha que é um mercado que eu gosto muito, tem ótimas ofertas.
Comecei, então, a comprar nos sites do Pão de Açúcar, Extra e na inovadora plataforma do Carrinho em casa (você escolhe os produtos, alguém faz as compras e entrega para você). Tentei não comprar supérfluos e comprei pouca coisa de comida – ainda não confiei 100% no sistema – culpa minha, fiquei com um certo ciúme de alguém escolhendo meus legumes por mim, confesso. De qualquer forma, a ideia era mesmo renovar o estoque de produtos de limpeza.
A compra do Carrinho em casa ficou um tanto mais cara do que a do Extra e a do PDA. Nestes dois mercados, inclusive, alguns produtos vinham com promoções (dobro pelo mesmo preço ou coisas assim). No entanto, o frete (apesar de um pouco caro) só entregava segunda durante o dia. Fiquei com medo de dar alguma encrenca (horário de trabalho, né?) e eu precisava de alguns produtos com urgência. (Uma dica: Extra e PDA – que tal uma opção em que a pessoa possa pagar a mais e receber o produto com alguma urgência?).
Sobre o Carrinho em casa: finalizei a compra em algum momento após às 16h. Pedi entrega para entre 17h e 19h. Exatamente às 19h06, recebi um e-mail avisando que teria um atraso de 45 minutos. Achei ótimo. Mas… o atraso acabou não sendo só esse. Recebi minhas compras por volta das 21h30. Não achei legal. Não pelo atraso em si, mas é um sábado à noite e eu não queria ficar em casa esperando compras. De qualquer forma, foi uma vez, pode ter sido uma estreia não tão boa e, pode ser que, em uma próxima vez, eu dê mais sorte.
De madrugada, veio o recibo das compras e vi que dois itens foram substituídos por equivalentes (achei até ok) e dois itens não foram comprados – não tinha (não fiquei assim tão feliz, queria muito o manjericão e tive que sair para comprar depois – mas acontece, eu teria que ter ido a outro lugar).
Uma questão levantada em um dos painéis do evento foi “quanto as pessoas estão dispostas a pagar pela conveniência?” Sinceramente? Uma hora no site para selecionar os produtos, mais cinco horas ou três dias para entregarem na minha casa a um frete de pelo menos dez reais? Não sei… Talvez alguém que não goste de fazer compras de supermercado? Quem sabe?
Antes de terminar, preciso dizer que esta foi uma primeira experiência e que não será a única. Não desisto fácil. Mas, aos varejistas aqui mencionados, que o meu relato sirva como um feedback, para que algumas coisas sejam melhoradas e, então, nas minhas próximas tentativas, tudo fique melhor. Afinal, não é para isso que serve o atendimento ao cliente?