A Telefônica, operadora espanhola de telefonia, entrou no Brasil por meio do leilão de privatização das Teles, em 1998. Com enorme velocidade, após o pagamento de US$ 8 bilhões, a empresa herdou o entulho estatal da finada Telesp e iniciou uma corrida de obstáculos para trazer o Brasil ao século XXI. Porque o país, no final do século XX ainda engatinhava na telefonia móvel e convivia com esquisitices como filas para aquisição de aparelhos fixos – estes, por sua vez, declarados no Imposto de Renda. É sempre bom lembrar que os cidadãos pagavam quase R$ 5 mil por uma linha telefônica.
A ideia central do investimento da Telefônica, hoje Vivo, em solo brasileiro foi exercer uma vocação de liderança. Para a empresa não fazia sentido buscar a liderança do mercado brasileiro sem dominar o mercado de São Paulo. A história mostrou o acerto da decisão. Ao mesmo tempo, no campo da telefonia móvel, a Vivo cometeu um erro na adoção da tecnologia CDMA em vez da modalidade 3G.
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Após uma série de aquisições e da fusão de operações diversas, hoje a Vivo é a maior operadora de telefonia e banda larga do país. Ao mesmo tempo, a empresa passou por profundas transformações, modificando a gestão, processos e adotando metodologias ágeis para enfrentar a transformação digital e suas consequências.
Essa história, recheada de fatos pitorescos – como fazer o lançamento da empresa em solo brasileiro decorando o Museu do Ipiranga, símbolo da independência do Brasil, com as cores da bandeira espanhola – foi contada pelo CEO da Vivo no Brasil, Eduardo Navarro, no Fórum McKinsey, realizado no World Trade Center em São Paulo.
Celular, fixo, banda larga e TV por Assinatura
Uma demonstração da capacidade de execução da companhia foi a migração da marca Telesp para Telefônica em todos os pontos de venda e lojas literalmente da noite para o dia, em 2008. Foi o dia em que São Paulo dormiu com a velha Telesp e suas filas e letargia e acordou com a Telefônica, com vontade de crescer, vender, lucrar e gerar resultados de modo acelerado.
Mostrando diversas campanhas da história da empresa, compartilhando momentos e dificuldades, o CEO conseguiu retratar a evolução de uma empresa que nasceu para uma realidade voltada para a comunicação por voz para uma empresa com um negócio de dados, enfrentando disrupções, competição, regulação e digitalização de forma intensa. A Vivo procura entender como a tecnologia se traduz em emoções humanas e também em como lidar com problemas, acreditar no futuro.
Se há algo a aprender com a trajetória da Vivo no Brasil é justamente a capacidade de se adaptar às situações e contratempos. Em tempos de mudança acelerada, ser versátil e flexível mesmo com 35 mil funcionários é digno de mérito.