O Hospital Sírio-Libanês desenvolveu a plataforma Mangará para aprimorar o serviço de telessaúde oferecido no sistema público de saúde. Essa plataforma web foi criada para melhorar a experiência de pacientes e profissionais de saúde durante as consultas virtuais. Com a Mangará, é possível coletar dados importantes sobre os pacientes e integrar essas informações com a agenda de consultas e o prontuário médico, facilitando a gestão e o acompanhamento do atendimento.
Além disso, a plataforma permite que diferentes profissionais de saúde participem de uma mesma teleconsulta de forma simplificada, garantindo um atendimento mais completo e colaborativo. O nome “Mangará” vem do coração de bananeira – também conhecida como umbigo de bananeira – e, de acordo com a instituição, foi pensado com o objetivo de trazer a essência de algo 100% nacional, que se conectasse com as pessoas iriam utilizar a ferramenta.
A plataforma trata-se de um software de código aberto, que possibilita a transferência de tecnologia para outros serviços e projetos, como a personalização de seus componentes, acompanhando as mudanças na jornada das pessoas atendidas. “Essa solução foi desenvolvida justamente para concentrarmos em um mesmo espaço chamada de vídeo e prontuário clínico, permitindo o acompanhamento dos principais indicadores de sucesso entre os diversos projetos do PROADI-SUS e, assim, impactando a experiência dos nossos usuários”, explica Sabrina Dalbosco Gadenz, gerente de portfólio de projetos de saúde digital do Sírio-Libanês.
Adoção da plataforma
A Mangará foi adotada pelos projetos TeleNordeste, TeleUTI e Reab, que fazem parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Criado em 2009, o programa tem como propósito apoiar e aprimorar o SUS por meio de projetos de capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada demandados pelo Ministério da Saúde.
Hoje, o programa reúne seis hospitais sem fins lucrativos que são referência em qualidade médico-assistencial e gestão: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, HCor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.
A ferramenta tem como fundamento promover um cuidado integrado, permitindo aos gestores e solicitantes uma visão clara do impacto do projeto em seus territórios. No TeleNordeste, por exemplo, apoiou na redução de encaminhamentos presenciais para a atenção especializada. Para se ter uma ideia, somente em junho deste ano, mais de 90% das consultas foram realizadas sem a necessidade de encaminhamento do paciente para um especialista presencial.
Até o momento, mais de 32 mil atendimentos já foram realizados por meio da Mangará desde o início do seu desenvolvimento em 2021, com pacientes localizados nas regiões Norte e Nordeste do país, principalmente em lugares de difícil acesso. Em breve, novas funcionalidades deverão ser incorporadas.
“O uso de plataformas de código aberto para apoiar a disseminação de uma saúde digital inclusiva é fundamental para democratizar o acesso aos serviços de saúde“, complementa Sabrina. “Não apenas fomenta a inovação e colaboração, mas também permite que comunidades diversas contribuam com soluções adaptadas às suas necessidades específicas. Isso pode resultar em tecnologias mais acessíveis e personalizáveis”.