É inquestionável que a influência que os YouTubers têm hoje pode ser comparada à que tinham os atores e modelos quando os Millennials eram crianças. Para os nativos digitais, esses são os ídolos, as inspirações. Contudo, essa também é uma fonte de renda para algumas pessoas – e não há nada de errado nisso.
Um exemplo de como todo esse processo acontece é a história da YouTuber Bruna Munhoz. A moça publicou seu primeiro vídeo de forma despretensiosa, comentando sobre um novo produto que havia sido lançado. Por acaso, a marca em questão não tinha nenhum tipo de conteúdo no YouTube e ofereceu patrocínio a Bruna. Essa foi a primeira ocasião em que a YouTuber teve que lidar com uma marca. Mas, hoje, ela já tem uma política fixa: Bruna deixa claro que o conteúdo é pago, quando de fato é.
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Olhando essa relação pela ótica das marcas, a perspectiva não fica mais simples. Como ficou claro no painel, as marcas precisam observar a forma como os influenciadores fazem propaganda, cuidar para não patrocinar alguém que se relacione com muitas marcas. “Todos os influenciadores que conhecemos saíram do zero e fizeram a propria marca”, ressalta Bruna. “É importante destacar a questão de negócio por trás dessas pessoas, porque não basta criar um canal e postar o look do dia”.
Por que o vídeo?
Alguns dos YouTubers de hoje tiveram (ou têm) blogs ou outros canais próprios. Contudo, o canal de vídeo costuma fazer mais sucesso – tanto que criou um ecossistema próprio. Para Patricia Farinazzo, team leader publishers da Awin, o diferencial do vídeo é a empatia que ele cria. “A relação de confiança é um fato entre os YouTubers e o público”, diz. Nesse sentido, Bruna acrescenta que o YouTube é um bom lugar para vídeos prontos, editados. Porém, ela também usa o Stories – recurso do Instagram que faz lembrar o Snapchat e permite a inserção de vídeos curtos que, depois de 24h, desaparecem do feed.
“Isso passa mais verdade”, argumenta. Nesse sentido, Mirella Kominsky, head of Influencers da rewardStyle, comenta que o YouTube permite uma relação próxima com a geração Z, porém, há também uma explosão de ferramentas que permitem vídeos ao vivo – como o próprio Stories e o Periscope, que não engajou tanto assim. Contudo, acredita aponta que às vezes é melhor estar em apenas um canal do que estar em mil, uma vez que há uma linguagem ideal para cada um deles.
Dificuldades para as marcas
Há um ponto que une todas as participantes do painel, inclusive as YouTubers Bruna Munhoz e Ana Paula Passarelli: as marcas precisam ter muito cuidado ao contratar um influenciador. Em muitos casos, como comenta Patrícia, as marcas querem contar com um influenciador mais famoso – até porque ele é conhecido pela equipe de marketing, ou até mesmo pelo CEO. Contudo, é preciso que haja uma conexão entre valores do influencer e da marca.
Outro ponto complexo é o algoritmo – o que define a forma como os conteúdos aparecem que para o usuário. O Instagram, no último ano, mudou o próprio algorítimo três vezes. Nessas condições, as marcas passam a ter dificuldade para se adaptar às redes.