“Acho que o IPO é o momento mais nobre do mercado de capitais”, diz André Rocha, analista econômico. Ele gera empregos, reúne o mercado. Nesse sentido, o mediador cita que houve um avanço das Ofertas Públicas Iniciais – as IPOs – antes da crise, mas isso mudou depois de 2012. Ele questiona, então, o que o Brasil aprendeu desde a abertura antes da crise.
José Mauro Braga, sócio responsável pela área de reestruturação econômica da PwC, responde, então, que nessa nova leva que virá de abertura de capital os investidores devem olhar com mais critério os fundamentos dos planos de investimento em prospecto. “A empresa, quando vai se lançar ao mercado, além de precisar olhar para governança, terá que estar atenta com o que foi feito no passado e propostas para o futuro”, diz. Para ele, isso será fundamental para conquistar o investidor.
João Braga, sócio da XP Investimentos, por sua vez, comenta que no começo das aberturas de mercado, começou também a surgir um mercado para analistas. E parecia que o mercado ia avançar – de fato, de 2003 a 2007 isso aconteceu. “Em 2003, 2004, vieram as empresas mais preparadas para isso”, diz. Então, com crescimentos ao redor do mundo, em 2007 não havia muito critério para abertura de mercado. Agora, para ele, estamos próximos do cenário de 2003 – alguns IPOs deram errado por falta de demanda, por exemplo. “A janela está aberta, mas o mercado está exigente.
Dificuldades
Questionado por André Rocha, analista econômico, José comenta sobre as dificuldades das empresas de mercado aberto. “Tentamos trabalhar em pontos mais importantes com as empresas”, diz. E o principal ponto, para ele, é governança. Além disso, ele fala sobre auditorias e a importância disso. Rocha, então, questiona quais são as principais questões avaliadas pela XP Investimentos. “Nós brincamos que não temos preconceitos”, diz João. “Mas queremos empresas boas”.
Ele ressalta que não havia muitos setores em que era possível investir antes dos IPOS, mas isso mudou. Hoje é possível investir inclusive em educação. “O que eu e eu time queremos é que haja muitas possibilidades para investir”, afirma. Um exemplo que ele cita é a Azul, que tentou o IPO algumas vezes e conseguiu uma abertura de sucesso neste ano.
Cenário
João afirma que não é especialista em análise política, mas, tem gasto uma parcela considerável de tempo com essa ciência. “O Brasil como é hoje está quebrado no futuro”, diz. Como solução, por exemplo, ele cita a Reforma da Previdência. “Os políticos sabem que o que tira as pessoas das manifestações é a economia”, afirma. Então, as soluções precisam estar voltadas para ela.
Passando a Reforma nos três poderes e havendo uma inflexão na dívida, ele acredita que haverá uma melhoria no país.